Elisabeth Mariano Apresenta


Edição nº 16 - de 15 de Maio de 2003 a 14 de Junho de 2003

Olá Leitores!

MÃE VOLUNTÁRIA

Procurei observar todas as notícias e reportagens que ocorreram referentes às comemorações do Dia das Mães e fiquei muito feliz em certificar-me que eu tenho uma mãe de ouro.

Elvira é o seu nome. Tendo 5 filhos acolhia sobrinhos, crianças de vizinhos para cuidar enquanto as mães destes se recuperavam de outras maternidades, doenças ou viagens, até para elas trabalharem, tudo sem cobrar. Contava histórias enquanto costurava para uma fábrica, ganhando por produção. Ensinava a todos com brincadeiras infantis e os cuidados com higiene e no preparo de temas escolares.Depois ainda adotou mais duas meninas órfãs educando-as em igualdade aos outros filhos. Hoje elas são mães e junto conosco contribuem para quase duas dezenas de netos.

Éramos pobres, muito pobres de dinheiro, mas éramos ricos, porque tínhamos uma mãe de ouro. À tarde, quase noite, quando algumas crianças iam embora, chegavam os adultos para se alfabetizarem. Naquele tempo não havia supletivos e tampouco obras religiosas que cuidassem de alfabetizar os adultos. A maioria eram homens que rodeavam nossa mesa de refeições e ali no progresso de cada um havia a luz para aprender a ler, escrever e a "fazer contas", esta era a maior preocupação destes alunos tardios. Neste tempo ainda não tínhamos rede elétrica naquela região que morávamos.

No Natal minha mãe distribuía calções, blusas, camisas, cobertas de retalhos e, principalmente para alegria das crianças, bonecas e bolas de pano. Depois a vizinhança fazia outras festas e para lá então ela dirigia suas contribuições das roupas infantis e cobertas. Toda esta doação era fruto de recuperar, reformar e fazer retalhos de outras roupas já envelhecidas.

Minha mãe de ouro que sabia cantar e dançar e ensinar-nos a alegria de contribuir para a sociedade acolhendo os outros, repartindo do que era o pouco que possuía, trabalhava e alimentava os sonhos dos que não tinham o prato da alfabetização.

Aos 75 anos de idade ela já tem cinco bisnetos, e continua a costurar calções e blusas para dar de presente no dia de Natal ou para as crianças que precisarem.

Quanto vale nascer de uma mãe voluntária? Vale toneladas de ouro. Por quê? Porque o exemplo de vida dela levou-me a ler e escrever aos 5 anos de idade, entrar na escola com os conhecimentos básicos, conseguir excelentes aprovações escolares, aprender a cuidar da casa, de crianças, de colaborar e compartilhar com os outros o que temos de melhor, - o conhecimento - a riqueza interior.

Espero que você também tenha uma mãe voluntária que valha ouro ou possa ser uma. Muitas felicidades para as mães conscientes são os meus votos, com um abraço, Elisabeth Mariano.

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