Elisabeth Mariano Apresenta...


Edição nº 194 - de 15 de Março de 2018 a 14 de Abril de 2018

Olá Leitoras! Olá Leitores!

A violência contra as Mulheres jornalistas com perseguições judiciais, e de assédio moral, além do sexual, precisa ter decisões rápidas e indenizatórias para coibi-las

ABAIXO ESTAMOS COM UM LINK QUE O Tribunal Superior do Trabalho do Paraná, agiu rápido e justamente para indenizar as vítimas com a punição da empresa e dos autores porem estamos diante de casos em que o trabalho era CLT.

Há outras mulheres jornalistas que têm suas micro editoras de revistas e jornais segmentados ou de bairros, de Ongs etc., e atualmente as digitais (em blogs, sites, escrevendo artigos para portais etc.).

O que lhes ocorre não é diferente, muitas vezes mais potencializado ainda.

Nós temos a prova real (algumas gravadas) e outras documentadas até oficialmente, do que está sendo afirmado aqui, estão até impedindo locação de imóvel para uma Jornalista proprietária com suas marcas devidamente reconhecidas mundialmente, porque ela atua na área de direitos das mulheres, noticiando-as voluntariamente, nas demais em ONGs.

Então ela sofre assédio judicial, assédio processual, prejuízos imensos tanto em sua honra e Trabalho , no seu direito de ir e vir, residir e cuidar de seus afazeres, zelar pela sua profissão e família (que também sofre com tais desvarios impunes, de homens que com suas rendas econômicas, até duvidosas, se dedicam a perseguição de concorrência desleal, e claramente dizem que não interessam locação para jornalista etc... daí vale tudo... contam com o descaso de algumas autoridades (não devidamente preparadas em relação a combater todos os tipos de violência contra às Mulheres), tais autoridades inertes, também, com atitudes duvidosas que bem demonstram “o machismo e o descumprimento legal de suas atividades públicas”, as quais deveriam honrar).

Parabenizamos as inciativas de entidades sérias na área de imprensa e jornalismo, que nacional e internacionalmente assumem esta frente em defesa das mulheres, que atuam como talhadoras CLT ou, como autônomas, e profissionais liberais, microempresárias etc.

Parabéns as mulheres da área que entram em apoio as que estão sendo “violentadas em seu direito de trabalhar e de informar”, e parabéns as entidades internacionais que estão também

se mobilizando para que haja justiça e punição aos homens e empresas ofensoras coma assédios. Parabéns aos magistrados que agem com justiça e respeito aos atuantes das mídias em geral, quer sejam homens ou Mulheres jornalistas.

Muito grata as entidades de jornalistas, e as pessoas que são nossas colaboradoras voluntárias!

Fraternal abarcou de Elisabeth Mariano.

Jornalistas vítimas de ofensas contra mulheres serão indenizadas por assédio moral

(Fonte: http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/jornalistas-vitimas-de-ofensas-contra-mulheres-serao-indenizadas-por-assedio-moral?inheritRedirect=false, data de acesso 10/03/2018)

Conheça o Currículo de Elisabeth Mariano.

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Dia 7 de abril - Dia do Jornalista - Quais as novidades?

Destaque a primeira mulher no comando da ARP - Associação Riograndense de Propaganda

A rosariense Liana Bazanela foi eleita presidente da Associação Riograndense de Propaganda (ARP), gestão 2018/2019, e a primeira mulher eleita em mais de 60- anos da entidade.

Ela também é pós-graduada em Marketing, formada em coaching e recentemente fez curso na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos. A posse da nova diretoria da ARP foi realizada no Jantar da Propaganda, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre.

(Fonte: http://diariosm.com.br/região/rosariense-será-a-primeira-mulher-no-comando-da-associação-riograndense-de-propaganda-1.2009648, data de acesso 10/03/2018)

Uma em cada duas jornalistas sofre violência de gênero no trabalho, revela FIJ

85% afirmaram que nenhuma ação foi tomada contra os atacantes ou que as medidas eram inadequadas

Por Redação - Fenaj, com informações da Federação Internacional dos Jornalista

Quase uma em cada duas mulheres jornalistas sofreu assédio sexual, abuso psicológico, assédio online e outras formas de violência de gênero enquanto trabalhava. Um expressivo 85% afirmou que nenhuma ação foi tomada contra os atacantes ou que as medidas eram inadequadas. Além disso, a maioria das redações ou locais de trabalho nem sequer possuem uma política escrita para combater esse tipo de abuso ou fornecer um mecanismo para informar sobre eles.

Essas estatísticas alarmantes são o resultado de uma enquete divulgada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) na véspera do Dia mundial de Combate à Violência contra Mulheres, celebrado em 25 de novembro. Para marcar a data a Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ divulgou nota (leia aqui).

A pesquisa, que registra o testemunho de quase 400 mulheres jornalistas de 50 países e que foi publicada na véspera do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher das Nações Unidas, revelou que:

“Jornalistas de 50 países tem nos contado a mesma história, que a violência de gênero no mundo do trabalho é generalizada e que medidas para combatê-la não existem ou são inadequadas em praticamente todos os casos. Precisamos de ações urgentes para ajuizar os infratores e fazer com que as mulheres jornalistas se sintam confiantes o suficiente para denunciarem esses abusos”, afirmou a co-presidenta do Comitê de Gênero da FIJ, Mindy Ran.

Por sua parte, o secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger, disse: “Precisamos urgentemente de acordos coletivos no local de trabalho, procedimentos sólidos de denúncia e medidas contra os infratores para combater os terrríveis números da violência de gênero que temos registrado referentes ao trabalho das jornalistas. Para a FIJ e seus sindicatos, abordar a violência e o abuso sofridos por essas profissionais, em todos os cantos do mundo, é uma prioridade”.

“O fato de que as mulheres se sintam livres para falar sobre os abusos que sofrem devria incentivar a implementação ou o reforço dos regulamentos, mas acima de tudo a sua implementação para pôr fim à violência e ao assédio sexual das mulheres. Além disso, mesmo nos empregos em que a igualdade de remuneração é garantida através de um acordo coletivo, uma política igualitária de promoção, livre de assédio dos trabalhadores, deve ser ativada para superar a violência econômica de que também são vítimas nossas colegas jornalistas”, acrescentou o presidente da FIJ, Philippe Leruth.

A FIJ está apoiando ações destinadas a conseguir um convênio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a violência de gênero no mundo do trabalho. Os resultados de uma segunda pesquisa sobre a ação sindical contra a violência de gênero serão publicados no início do próximo ano.

(Fonte: http://sjsp.org.br/noticias/uma-em-cada-duas-jornalistas-sofre-violencia-de-genero-no-trabalho-revela-fij-bdf1, data de acesso 10/03/2018)

Sindicato dos Jornalistas em São Paulo tem canal para denúncias de assédios moral e sexual no jornalismo

6 de dez de 2017 -.

Objetivo é combater as agressões sofridas por jornalistas. O atendimento é exclusivo e sigiloso

Por Redação - Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) criou um canal direto para que profissionais possam denunciar todo e qualquer caso de assédio, moral e sexual, no ambiente de trabalho. A iniciativa faz parte de uma série de ações que a entidade tem promovido para combater e enfrentar os assédios que sofrem os jornalistas no exercício da profissão.

As denúncias serão recebidas por diretoras do Sindicato, de forma que as jornalistas que sofram assédio sexual sintam-se seguras para fazer o relato. Após a apuração, diretoras e profissional, com acompanhamento do departamento jurídico, vão analisar e definir como proceder em cada caso. O sigilo é garantido.

Para o Sindicato, caracteriza-se assédio sexual não apenas quando essa abordagem se dá por superior, mas também por colegas de trabalho do mesmo nível hierárquico ou por fontes jornalísticas, ainda que este entendimento não seja garantido no Judiciário.

Entre as ações do SJSP, também está prevista a elaboração e a distribuição de cartilha especial esclarecendo o que é assédio moral e assédio sexual, as penas previstas e direitos do trabalhador e da trabalhadora.

Diante do aumento dos assédios moral e sexual, o Sindicato pede para que jornalistas denunciem esse tipo de agressão pelo celular/Whatsapp: (11) 99300-1382, pelo e-mail denuncieoassedio@sjsp.org.br.

O que é assédio moral

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, assédio moral é "toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, escritos, comportamento, atitude, etc.) que, intencional e frequentemente, fira a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho". Ele pode se manifestar por diferentes condutas. Entre as mais comuns: dificultar o trabalho; atribuir erros imaginários ao trabalhador; exigir, sem necessidade, trabalhos urgentes; sobrecarga de tarefas; ignorar a presença do trabalhador deliberadamente; ameaçar ou insultar.

O que é assédio sexual

A abordagem, não desejada pelo outro, com intenção sexual. Ou a insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de subalternos ou dependentes. Essa é a definição do MTE.

(Fonte: http://sjsp.org.br/noticias/uma-em-cada-duas-jornalistas-sofre-violencia-de-genero-no-trabalho-revela-fij-bdf1, data de acesso 10/03/2018)

Pesquisa inédita da gênero e número e da ABRAJI traz retrato do machismo no jornalismo brasileiro

07 de dez 2017 11:12

Mais de 500 mulheres jornalistas do Brasil participaram de pesquisa; 86,4% passaram por situação de discriminação de gênero e 70,2% presenciaram ou tomaram conhecimento de assédio

Por Carolina de Assis - Gênero e Número

Pesquisa realizada pela Gênero e Número e pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) com mais de 500 jornalistas brasileiras mapeou como o machismo afeta estas profissionais em seu ambiente de trabalho. Os resultados apontam para a presença de atitudes sexistas em redações em todo o país, que vão desde a distribuição de pautas com base em estereótipos de gênero até o assédio sexual perpetrado por colegas e superiores, sem uma resposta adequada das empresas para estes problemas.

Principais resultados da pesquisa "Mulheres no Jornalismo Brasileiro" (GN/Abraji)

A pesquisa “Mulheres no Jornalismo Brasileiro” promoveu grupos focais em quatro capitais - Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e São Paulo - com 42 jornalistas, que abordaram as principais questões em relação à desigualdade entre mulheres e homens no jornalismo a partir de suas próprias experiências. Estas conversas serviram como base para a elaboração de um questionário online, respondido por 531 jornalistas em todo o Brasil, das quais 477 responderam ao perfil solicitado pela pesquisa - funcionárias de veículos jornalísticos - e foram consideradas para a consolidação dos resultados.

“Na primeira redação em que trabalhei, tinha um âncora que agarrava as jornalistas na redação. E todo mundo ria. Uma vez eu estava sentada e ele veio me incomodar… e lambeu minha orelha.

O-cara-lambeu-minha-orelha.

E as pessoas riam. E os chefes viam. E riam.”

— Maria*, trabalha como jornalista há 10 anos

Um dos temas mais presentes no debate público nos últimos anos têm sido o assédio sexual de homens contra mulheres, e este tipo de abuso contra jornalistas no exercício do trabalho também tem sido cada vez mais repudiado publicamente por muitas profissionais. Na pesquisa, 70,4% das respondentes disseram já ter sido alvo de abordagens de homens durante o exercício da profissão que as deixaram desconfortáveis.

Janaina Garcia, uma das 30 profissionais que formam o coletivo “Mulheres jornalistas contra o assédio”, disse a Gênero e Número que o grupo recebe com frequência relatos e pedidos de ajuda de mulheres alvo de assédio sexual por parte de homens que são suas fontes ou seus colegas de redação. “O que a gente sempre orienta nestes casos é que isso seja levado ao conhecimento de alguma entidade sindical ou, dependendo da situação, que seja feito um registro policial. Mas é muito delicado, porque o emprego da pessoa está em jogo, não dá para simplesmente dizer ‘joga no ventilador’”, afirma a jornalista.

Para Maiá Menezes, diretora da Abraji, “o dado mais preocupante é o que diz respeito ao assédio das fontes no exercício do trabalho da jornalista, e o quanto isso pode dificultar a apuração de uma reportagem e constranger ou mesmo condicionar o acesso à informação”, afirmou a Gênero e Número. Nos grupos focais, muitas mulheres relataram como esta situação as coloca em desvantagem em relação a seus colegas homens.

“Eu não janto com fonte, e isso já nos coloca atrás.”

“Às vezes a fonte quer fazer uma denúncia que eu não sei quem é e eu aviso para alguém que eu vou estar em um lugar tal, para não correr o risco.”

“Teve uma vez uma festa na casa de um deputado, com um monte de autoridade, e eu me senti extremamente constrangida porque só tinha homem. Estava com um amigo repórter e a forma como os homens me tratavam e tratavam ele era muito diferente.”

— Relatos durante grupos focais da pesquisa “Mulheres no Jornalismo Brasileiro”

No exercício do trabalho, 83,6% das participantes da pesquisa relataram já ter sofrido alguma situação de violência psicológica que elas relacionaram ao fato de serem mulheres. Entre as situações citadas estão insultos presenciais ou pela internet, humilhação em público, abuso de poder ou autoridade, intimidação verbal, escrita ou física e ameaças pela internet - vindo de superiores, colegas, fontes e do público.

Além do assédio sexual por parte de fontes e colegas e da violência psicológica, as jornalistas com frequência também têm que enfrentar a discriminação sexista dentro da redação em relação a seu trabalho, como relataram 86,4% das participantes da pesquisa. Para Garcia, este tipo de discriminação não pode ser dissociado de uma cultura de assédio moral nas redações. “As empresas ainda não entenderam que o sujeito que está exposto a isso não é a pessoa jurídica [da empresa], é a pessoa física”, afirma. “O assédio afeta psicologicamente a pessoa [que é alvo], é uma questão de saúde também, não apenas um debate sobre gênero e condições de trabalho.”

Sem amparo dentro das empresas

Embora a maioria das jornalistas no país vivencie situações de machismo no ambiente de trabalho, as empresas ainda não respondem de maneira adequada ao problema, segundo disseram as profissionais que participaram da pesquisa. As mulheres presentes nos grupos focais afirmaram que a tendência geral nas empresas é minimizar e abafar os casos de assédio que chegam a ser denunciados. Também é recorrente a recomendação de que a jornalista administre a situação ou aprenda a “se impor” perante machistas e assediadores.

Apenas 30% das respondentes do questionário online disseram que suas empresas atuais possuem canais para receber e responder a denúncias de assédio e discriminação de gênero. E embora 70,2% das participantes tenham afirmado que já presenciaram ou tomaram conhecimento de uma colega sendo assediada em seu ambiente de trabalho, somente 15,1% disseram já ter feito alguma denúncia sobre estes casos à empresa.

“Acho que o fato de eu ser mulher dava ao chefe mais ‘poder’. A impressão que tenho é que ele dominava e manipulava bem as relações com mulheres. Claramente ele não gostava de ser peitado por ninguém, mas ele não usava a mesma ‘psicologia’ com os homens. Se peitado por um dos meninos da redação, a coisa parecia ficar em um patamar de igualdade. Se peitado por uma mulher, fazia a vida dela um inferno.”

— Joana*, trabalhou como jornalista durante 7 anos

As empresas de comunicação “precisam mostrar que de fato estão interessadas em combater” o assédio e a discriminação contra as jornalistas no ambiente de trabalho, acredita Garcia. Ela propõe que as empresas ouçam seus funcionários sobre estes temas, e a partir disso promovam treinamentos e palestras para promover uma cultura de equidade de gênero em todos os níveis.

A Abraji está trabalhando para “estruturar um protocolo para que as jornalistas não sejam expostas a esse tipo de situação em seus momentos de trabalho”. “Acho que há alguns canais, e há a possibilidade de diálogo com compliances [controle de conduta] de empresas. A própria Abraji poderia abrir canais por meio dos quais seja possível receber denúncias de que o assédio estaria obstruindo o acesso à informação jornalística”, sugere Maiá Menezes.

Para Garcia, que trabalha como jornalista há 14 anos e fundou com colegas o coletivo “Mulheres jornalistas contra o assédio” há um ano e meio, o debate recente sobre a questão tem feito com que algumas coisas se movam também no jornalismo. “Tenho colegas de décadas no jornalismo que se deram conta do quanto isso estava naturalizado”, contou, acrescentando que “despertar essa tensão” é um passo importante para mudar também a cobertura jornalística sobre o machismo.

“Há uma janela para se falar disso hoje. A gente tem colocado o dedo na ferida, qualificado o debate. O que não quer dizer que não aconteça mais, mas hoje se naturaliza menos, se joga menos para debaixo do tapete, se fala mais com as colegas sobre isso. Para o assediador, isso é um alerta”, acredita.

Para acessar toda a pesquisa, clique aqui.

*Nomes fictícios.

(Fonte: http://sjsp.org.br/noticias/pesquisa-inedita-da-genero-e-numero-e-da-abraji-traz-retrato-do-machismo-no-jorn-e9b8, data de acesso 10/03/2018)

O Plano de Ação da ONU para a segurança de jornalistas e a questão da impunidade

O Plano de Ação da ONU para a Segurança de Jornalistas e a Questão da Impunidade tem o objetivo de criar um ambiente livre e seguro para todos os... Mídia, com um foco especial na segurança dos jornalistas, na proteção das fontes jornalísticas na era digital e no papel dos intermediários da internet para fomentar a...

(Fonte: https://nacoesunidas.org/segurancadejornalistas/plano-de-acao/, data de acesso 10/03/2018)

ONU cria canal de comunicação para proteção a jornalistas

26 de mai de 2017 - Anunciada criação de comunicação entre a ONU e entidades de imprensa. O canal pretende tratar de questões de segurança e proteção a de jornalistas.

(Fonte: https://portal.comunique-se.com.br/onu-cria-canal-de-comunicacao-para-protecao-jornalistas/, data de acesso 10/03/2018)

Tribunal condena Joaquim Barbosa a indenizar repórter

22/02/2018

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa foi condenado a indenizar em R$ 20 mil o jornalista Felipe Recondo por danos morais. A decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, por três votos a dois, levou em consideração que o ministro ofendeu a honra do repórter ao mandá-lo “chafurdar no lixo” causando, inclusive, transtornos profissionais.

Os desembargadores concluiram que o Barbosa não falou como presidente do Supremo quando se dirigiu de maneira ofensiva ao profissional, então repórter do jornal “O Estado de S. Paulo”. A questão preliminar sobre a qual Barbosa não poderia responder pelo dano por ser presidente do Supremo à época, e sim a União, foi superada na decisão, que reformou a tomada em primeira instância quando foi entendido que a fala do ex-ministro não causou maiores danos a Recondo.

O caso aconteceu em março de 2013, após uma sessão do Conselho Nacional de Justiça presidida por Barbosa. Ao começar a pergunta “Presidente, como o senhor está vendo…”, o repórter foi interrompido com rudeza por Barbosa. “Não estou vendo nada. Me deixa em paz, rapaz! Me deixa em paz! Vá chafurdar no lixo como você sempre faz!”. Em seguida, o chamou de “palhaço”.

No mesmo dia, a assessoria de imprensa do tribunal divulgou nota com pedido de desculpa. O documento foi assinado pelo secretário de Comunicação Social da Corte, Wellington Geraldo Silva.

Na nota divulgada, o secretário de comunicação do STF pediu desculpas e disse que o comportamento de Barbosa era isolado, pois ele teria um relacionamento positivo com a imprensa como padrão. O secretário atribuiu a aspereza no trato com o repórter ao cansaço e a dores no corpo em decorrência de um problema crônico nos quadris.

“Em nome do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, peço desculpas aos profissionais de imprensa pelo episódio ocorrido hoje, quando após uma longa sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o presidente, tomado pelo cansaço e por fortes dores, respondeu de forma ríspida à abordagem feita por um repórter. Trata-se de episódio isolado que não condiz com o histórico de relacionamento do Ministro com a imprensa”, dizia a nota.

O caso

Em março de 2013, Barbosa saía de reunião do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quando foi abordado por Recondo - à época, repórter do jornal “O Estado de S. Paulo”. O jornalista começou a fazer uma pergunta, e foi respondido com rispidez por Barbosa.

“Me deixa em paz, rapaz. Me deixa em paz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre. […] Estou pedindo, me deixe em paz. Já disse várias vezes ao senhor. […] Eu não tenho nada a lhe dizer. Não quero nem saber do que o senhor está tratando”, disse. A resposta foi gravada em áudio e em vídeo.

Os repórteres aguardavam Barbosa na saída do CNJ para perguntar sobre críticas feitas a ele por entidades que reúnem magistrados.

As críticas se referiam a uma entrevista dada por Barbosa a correspondentes internacionais, quando o presidente do STF disse que os juízes têm cultura pró-impunidade. Barbosa não era magistrado de carreira, mas sim procurador da República.

(Fonte: http://www.abi.org.br/joaquim-barbosa-tera-de-indenizar-jornalista/, data de acesso 10/03/2018)