Elisabeth Mariano Apresenta


Edição nº 96 - de 15 de Janeiro de 2010 a 14 de Fevereiro de 2010

Olá Leitores!

O ano 2010 inicia com alertas da Natureza

Organizações mundiais patrocinadas por alto dinheiro de governos e presença de lideranças de quase todos os países do mundo gastaram muito, discutiram pouco e chegaram a quase nenhuma conclusão para solucionar as questões climáticas do planeta.

O poderio econômico e as intolerâncias de grupos que se outorgam poderes na lei dos homens, e ao mesmo tempo não se preocupam com as populações de baixa renda, mantiveram-se insensíveis aos rogos de especialistas e militantes em prol da preservação ambiental e respeito as mudanças climáticas.

Todavia, o ano de 2010 trouxe triste surpresas até mesmo em comemorações de seu início, com tragédias que surpreenderam a todas as pessoas, independente de classe social, alertando que o poder sobre a natureza ao Criador pertence.

Somos todos habitantes desta terra com a missão de preservá-la e zelar pelo meio ambiente, no qual se inclui as populações empobrecidas, pois quando as tragédias ocorrem, elas levam consigo lideranças, governantes e poderosos de todos os níveis.

É lamentável que em grandes cidades não sejam encontrados mega empresários, acadêmicos ou lideranças consideradas respeitáveis, que estejam na defesa das causas ambientais e climáticas, e até mesmo patrocinando-as.

A Organização das Nações Unidas declarou 2010 como o “Ano Internacional da Biodiversidade”, que seja este também válido para premiar iniciativas de poderosos, quem sabe assim haverá incentivo para uma melhor atuação social e ambiental.

A natureza faz o seu alerta que o poder lhe pertence e o preço pelo abuso que ela cobra é muito alto, até mesmo a vida de pessoas inocentes e queridas, junto aos desprotegidos.

Fraternal abraço nesta edição com votos de muitas bênçãos é o que desejamos para você.

Conheça o Currículo de Elisabeth Mariano.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

Intolerância religiosa prejudica 70% da população mundial

“Quase 70% dos 6,8 bilhões de habitantes do planeta vivem em países com severas restrições estatais e hostilidades sociais à liberdade religiosa, segundo o Pew Research Center, centro de pesquisas com sede em Washington, que analisou as restrições à religião em políticas de Estado de 198 países e territórios, bem como as hostilidades contra indivíduos, organizações e grupos sociais.” (...)

(...) “O estudo utiliza dados de 16 organizações estatais e não-governamentais, incluindo a Organização das Nações Unidas, o Departamento de Estado norte-americano e a defensora dos direitos humanos Human Rights Watch. Entre as restrições estatais examinadas pelo Centro Pew estão as limitações constitucionais ou outras proibições contra a liberdade de expressão. A hostilidade social foi medida pelo terrorismo com motivos religiosos e a violência entre confissões de fé.

As restrições governamentais são relativamente baixas nos Estados Unidos, mas a hostilidade é maior do que em outras grandes democracias, como Brasil e Japão. A maioria dos países protege a liberdade religiosa em suas constituições ou leis, mas apenas um em cada quatro cumpre plenamente essas proteções legais. Em 75 nações, os governos limitam os esforços proselitistas das organizações religiosas, e em 178 (90% do total) os grupos religiosos devem se registrar em órgãos do Estado.” (...)

(...) “O vínculo entre religião e os temores gerados pela imigração, como revela o referendo de novembro na Suíça que proibiu a construção de minaretes, pode ser o fator principal dos níveis mais altos de restrições estatais no continente europeu.”

Por Eli Clifton, da IPS (Envolverde/IPS) 04/01/2010 - 05h01 Washington, 04/01/2010

(Fonte: http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=67799&edt=)

Encontro dos Povos Guarani da América do Sul acontecerá entres os dias 02 e 05 de fevereiro

2ª Reunião da Comissão Organizadora do Encontro dos Povos Guarani da América do Sul

“De 13 e 14 de janeiro de 2010, ocorreu a 2ª Reunião da Comissão Organizadora do Encontro dos Povos Guarani da América do Sul na aldeia de Tekoha Añetete, município de Diamante D’ Oeste, Paraná. A Comissão é composta por representantes da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC), por 15 lideranças Guarani do Brasil e do Paraguai e pelo antropólogo Rubem Almeida, coordenador do projeto, além de representantes da Itaipu Binacional, do Ministério da Cultura do Paraguai, da Prefeitura de Diamante D’Oeste e do Instituto Empreender, responsável pela produção executiva.

Os principais objetivos dessa 2ª reunião são os de definir os temas que serão discutidos durante o Encontro, a composição das delegações e os últimos detalhes logísticos, como os horários do transporte, a hospedagem e alimentação. Nessa reunião, que será a última da Comissão Organizadora antes do Encontro, em fevereiro, serão definidos ainda os espaços da aldeia para a montagem das estruturas de tendas e refeitório.

O Encontro dos Povos Guarani da América do Sul acontecerá entres os dias 02 e 05 de fevereiro, também na aldeia Tekoha Añetete, e contará com a participação de cerca de 800 indígenas Guarani do Brasil, da Bolívia, do Paraguai e da Argentina. O dia 02 será destinado à recepção das delegações. Os dias 03 e 04 serão destinados para reuniões exclusivas dos Guarani. No dia 05, último dia do Encontro, haverá reunião dos Guarani com os Ministros de Cultura dos países participantes e convidados.

O objetivo do Encontro é fomentar uma nova perspectiva cultural que fortaleça a relação entre esses povos e reduza a distância existente entre essas populações e os não-índios. O evento pretende, também, contribuir para a reflexão da importância dos povos Guarani para a formação da cultura sul americana.

O Encontro conta com a parceria da Itaipu Binacional, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), das Prefeituras de Diamante D’Oeste e Foz do Iguaçu, das Secretarias de Educação e de Cultura do Paraná e da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Além delas, o projeto ganhou o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Mercosul Cultural - Fórum dos Ministros de Cultura dos países do Mercosul.”

(Fonte: Comunicação-SID/Minc - 07/01/10, http://www.abong.org.br/final/noticia.php?faq=20523)

4º Seminário de Políticas Sociais Fórum Social Mundial 10 Anos Grande Porto Alegre

“A ideia de um Seminário de Políticas Sociais nasceu no contexto de preparação do Fórum Social Mundial de 2002, realizado em Porto Alegre, RS, Brasil. Um coletivo de entidades da sociedade civil ligadas a diversas áreas de atuação construiu a proposta e realizou o primeiro seminário trazendo intelectuais e militantes de várias partes do mundo que conduziram a reflexão fazendo um balanço e apontando perspectivas para o campo das políticas sociais. Esta experiência se repetiu, ainda, em 2003 e 2005, acompanhando as mudanças no cenário brasileiro, latinoamericano e mundial resultando também na publicação de materiais com subsídios para a discussão proposta.

No ano em que o Fórum Social Mundial completa 10 anos de história e Porto Alegre realizará um Seminário de Avaliação dos processos desencadeados por este grande movimento mundial por um “outro mundo possível”, é fundamental que se retome a ideia que originou a proposta do Seminário de Políticas Sociais, resgatando o debate travado nos seminários anteriores e olhando para o contexto atual. Para tanto se propõe a realização desse 4º Seminário de Políticas Sociais que articulará os agentes, as entidades e organizações envolvidas nos seminários anteriores e procurará agregar outras visando a discussão de questões fundamentais a partir de contextos diversos.

O tema escolhido para este seminário – O papel público das políticas na garantia dos direitos sociais – busca enfocar o momento atual em que se percebe o abandono progressivo da ideia de um Estado mínimo e uma responsabilização crescente dos governos pela implantação e implementação das políticas sociais tendo em vista a necessidade de uma integração, agora sob outras bases, entre o poder público e as organizações da sociedade civil, avaliando e reconfigurando os papéis de ambos.

Objetivos:

27 de janeiro de 2010

Anfiteatro Padre Werner – Unisinos – São Leopoldo

Programação:

15h - Abertura e mística

15h30min - As Políticas Sociais e a sua expressão nas realidades contemporâneas – Silvio Caccia Bava (Instituto Polis e Le Monde Diplomatique) e Helios Puig Gonzales (Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul)

16h30min – Debate 17h – Intervalo

17h10min - O papel público das Políticas na garantia dos direitos sociais – Marina Silva (Senadora) e Boaventura de Sousa Santos (Univesidade de Coimbra)

18h30min - Debate

19h30min - A Agenda Mundial das Políticas Sociais 2010 - revisada e atualizada – José Rogério Lopes (Unisinos)

20h – Encerramento

Entidades Proponentes:

Abong – Forum Sul

Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente – Amencar

Associação Antônio Vieira – ASAV

Associação de Meninos e Meninas da Progresso – AMMEP

Cáritas Brasileira

Programa de Apoio a Meninos e Meninas – PROAME – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Bertholdo Weber – CEDECA

Centro de Estudos Bíblicos – CEBI

Conselho Estadual da Criança e do Adolescente do RS – CEDICA/RS

Conselho Estadual de Assistência Social do RS– CEAS/RS

Conselho Regional de Serviço Social – CRESS 10ª Região

Curso de Serviço Social – Unisinos

Faculdades EST

Instituto Humanitas Unisinos – IHU

Sindicato dos Sociólogos do Rio Grande do Sul

Universidade do Vale do Sinos – Unisinos

(Fonte: CECA RS - 07/01/10, http://www.abong.org.br/final/noticia.php?faq=20518)

II Congresso Feminista Internacional

De 19.05.2010 a 22.05.2010 em Buenos Aires, Argentina

Celebração do centenário do "1° Congresso Feminino Internacional da República Argentina 1910".

O objetivo é realizar um balanço do século XX em relação aos avanços e retrocessos na situação de vida das mulheres no mundo, como condição para orientar as lutas futuras.

Programa Temático

MODALIDADES DE PARTICIPACIÓN:

* a- Mesas temáticas / Ponencias individuales

* b- Relatoría de Experiencias por sus protagonistas / Acciones grupales

* c- Foros de debate / libre participación

PROGRAMA TEMÁTICO (Temas orientadores no excluyentes)

Mais informações sobre esse evento... http://www.2feminista2010.com.ar/

(Fonte: http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/eventos/ii-congresso-feminista-internacional)

1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE COMUNICAÇÃO APROVOU 672 PROPOSTAS PARA A ÁREA DE COMUNICAÇÃO

Articulação garantiu a aprovação de algumas bandeiras históricas dos movimentos de mulheres.

“Entre 14 e 17 de dezembro, realizou-se, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação. A Confecom contou com a participação de aproximadamente 1,6 mil delegados e delegadas, além de centenas de observadores e observadoras, representando três setores: sociedade civil organizada, sociedade civil empresarial e Poder Público.

A articulação do movimento feminista em diferentes Unidades da Federação, nas etapas municipais, estaduais e distrital da Conferência, garantiu uma boa representação no segmento da sociedade civil organizada, 40,35%. Dentre os 632 delegados e delegadas eleitos, naquele segmento, nos estados e no Distrito Federal, 255 eram mulheres. Essas delegadas representam a pluralidade e a diversidade dos movimentos sociais de mulheres: jornalistas, radialistas, sindicalistas, feministas, lésbicas, negras, integrantes de religião de matriz africana, entre outras.

Na pauta da 1ª Confecom, estavam colocadas reivindicações históricas e coletivas dos movimentos de mulheres, como a democratização das comunicações no Brasil e a criação de mecanismos reguladores que, entre outros avanços, combatam a “coisificação” das mulheres e a exploração da imagem feminina na mídia.

Diversos temas “sensíveis” foram abordados em cada um dos 15 Grupos de Trabalho, divididos em três eixos temáticos: “Produção de Conteúdo”, “Meios de Distribuição” e “Cidadania: Direitos e Deveres”. Nas discussões internas de cada Grupo de Trabalho (GT), entre os dias 15 e 16, foram aprovadas 601 propostas: 532 delas por consenso e outras 69 que tiveram que ir à votação nos GTs, tendo obtido mais de 80% de votos favoráveis de delegados e delegadas.

Outras 71 propostas discutidas no GTs foram submetidas à Plenária Final e aprovadas, totalizando 672 propostas. Entre elas, as que preveem a criação dos conselhos Federal de Jornalismo e Nacional de Comunicação, para regulamentar as atividades na área. Dentre as atribuições do Conselho Nacional de Comunicação, composto por diferentes setores da sociedade, destaca-se o estabelecimento de políticas e ações que garantam o respeito às diversidades e aos direitos das mulheres, e que coíbam a violência de gênero. Além da garantia de um mecanismo de fiscalização, com controle social e participação popular.

Foi aprovada, também, a criação de um Observatório Nacional de Mídia e Direitos Humanos, para monitorar o desrespeito aos direitos do cidadão nas diferentes mídias brasileiras.

As propostas aprovadas na Confecom não têm caráter deliberativo. Ou seja, não passam a valer imediatamente. Reunidas em um relatório final, as propostas serão encaminhadas ao Congresso Nacional e podem se tornar lei ou balizar políticas públicas, como a formulação de uma política nacional de comunicação.”

(Fonte: Observatório de Gênero 21.12.2009 – http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/1a-conferencia-nacional-de-comunicacao-aprova-672-propostas-para-a-area-de-comunicacao)

Rocinha - jovens em situação de risco vão ajudar moradores no Teleférico do Alemão

“As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Complexo do Alemão chegam a um dos mais esperados momentos: o teleférico. Até agora tudo estava restrito à demolição das casas, abertura de acessos e à fundação das cinco estações que serão construídas na comunidade. A partir de outubro, com a chegada de uma das 152 gôndolas que funcionarão no local, haverá uma capacitação de jovens, nas escolas da região, para que eles possam atuar nas estações, ajudando os moradores na utilização do meio de transporte.

A gôndola-escola vai circular por todo o complexo, com demonstração da melhor forma de utilização do teleférico para os moradores. Os ensinamentos serão repassados por 60 jovens em situação de risco, do projeto Protejo, do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci), também moradores da comunidade. Esses jovens, depois que o teleférico entrar em operação, irão trabalhar como guias nas estações. A previsão é de que o teleférico esteja concluído e iniciando as operações de teste em abril, ficando seis meses em operação até ser aberto à comunidade.

O vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, gostou também de um projeto apresentado pelo artista plástico Valmir Vale, de identificação artística, através de mosaico, de casas e ruas. O projeto, que motivo os jovens e resgata a autoestima dos moradores, será levado para todas as comunidades do PAC, a começar pelas estações do teleférico do Complexo do Alemão.

- Esse é um projeto de extrema importância por resgatar a autoestima dos moradores, através de um trabalho artístico fantástico, e ensinar aos jovens técnicas que poderão ser aprofundadas no futuro. O Alemão será a primeira comunidade do PAC a receber esse trabalho, que se estenderá a todas as comunidades onde estamos fazendo intervenções – frisou Pezão.

As seis estações do teleférico terão painéis temáticos, feitos em mosaico por jovens moradores do local. Os meninos serão capacitados por Vale, morador de Vigário Geral, que começou o trabalho naquela comunidade. Fã de Gaudi, o artista passou alguns anos na Espanha, estudando a técnica do mosaico para envolver os jovens de comunidades carentes com a arte. Recentemente voltou a Vigário Geral e ensinou a arte do mosaico a jovens, que fizeram a identificação de 100 casas, colocando nomes dos moradores e números nas fachadas.

Na década de 90, Valmir Vale ficou conhecido ao fazer uma escultura com 12 mil cápsulas de revólver. Segundo o artista, a obra encontra-se no Museu do Senado. Vale ressalta que a identificação artística de casas e ruas estimula os moradores a melhorarem a fachada de suas moradias.”

(Fonte: 09/09/2009 Secretaria de Obras do Estado RJ, AGENCIA DE NOTICIAS DAS FAVELAS (A primeira agência de noticias de favelas do mundo!) http://www.anf.org.br/2009/09/09/jovens-em-situacao-de-risco-vao-ajudar-moradores-no-teleferico-do-alemao/, acesso em 14/01/10)

Luiza Erundina conseguiu saldar dívida. Deputado diz que lutou por causa justa

 “Fico feliz por saber que ela quitou sua dívida e me sinto um colaborador premiado que lutou por uma causa justa”. Assim o Deputado Milton Flávio referiu-se ao fato da Deputada Luiza Erundina ter conseguido saldar sua dívida de 350 mil por ter sido condenada devido a uma Ação Popular movida quando era prefeita de São Paulo, gestão 1988/93. A ação visava obter a reposição aos cofres públicos de dinheiro utilizado pela Prefeitura com publicações jornalísticas nas quais a então prefeita manifestou apoio à greve geral de 1989.

A sentença entendeu que a matéria publicada não atendia ao interesse público e condenou pessoalmente Luiza Erundina a pagar o elevado valor de R$ 350 mil. Como se trata de uma decisão definitiva, foram penhorados o apartamento onde mora (seu único imóvel), seu carro e ainda 10% da remuneração mensal como deputada. Mesmo assim, seu patrimônio era inferior ao total da dívida. Diante disso, o Deputado Milton Flávio resolveu ajudá-la a angariar recursos para saldar a dívida.

Um jantar suprapartidário foi articulado por Milton Flávio e realizado dia 8/12 na Pizzaria Speranza, com grande sucesso. Para os participantes, o evento tornou-se quase um libelo a favor da democracia e dos políticos sérios do País, num tempo em que as denuncias de corrupção se multiplicam a cada dia que passa no noticiário político nacional.

No evento, Milton Flávio agradeceu a presença de todos, falou sobre a honestidade e sobre a lisura de Erundina a frente da Prefeitura de São Paulo. Estavam presentes deputados de vários partidos - entre eles PT, PSDB e PSB - o presidente da Assembléia Legislativa Barros Munhoz e o Secretário de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Como o recurso arrecadado ultrapassou o valor da dívida, Erundina destinará o excedente a uma instituição de caridade.”

(Fonte: paula.sergio - assessoria de imprensa do deputado Milton Flávio)

Financiamento a estudante do ensino superior terá taxa menor e prazo mais longo

“O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), maior programa de crédito universitário do Brasil, passará em breve por algumas mudanças com o objetivo de atender a um número maior de estudantes. A previsão do Ministério da Educação é que o projeto de lei que trata do assunto seja sancionado nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Criado pelo governo em 1999, o programa atende hoje 477 mil alunos, com uma carteira de R$ 5,5 bilhões. De acordo com Maria Paula Dallari Bucci, secretária de educação superior do Ministério da Educação (MEC), a expectativa é que as novas regras do Fies atraiam mais 200 mil alunos só neste ano, consumindo R$ 1 bilhão em recursos.

A principal alteração deve ficar com a redução da taxa de juros cobrada, de 6,5% ao ano para 3,5% ao ano. O prazo que os estudantes têm para pagar o valor devido ao Fies também será ampliado. Hoje eles podem quitar a dívida em até duas vezes o prazo do curso, período que será estendido para três. Quem optar por cursos de licenciatura e medicina ainda poderá reduzir os juros em 1% da dívida por mês trabalhando na rede pública de educação básica, para o caso dos professores, e no programa Saúde da Família, para os médicos.

Para as instituições de ensino, a novidade é que aquelas que aderirem ao Fies poderão usar o Certificado Financeiro do Tesouro, papel dado à escola como pagamento das mensalidades, para quitar débitos com a Receita Federal. Pela lei em vigor, os títulos só servem para pagar dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Além de atingir escolas e alunos, a nova regra vai mexer com a forma de distribuição do crédito, hoje centralizada na Caixa Econômica Federal. Todas as instituições financeiros estarão autorizadas a repassar o produto, ganhando uma comissão que pode alcançar 2% sobre o saldo devedor. Com essa mudança, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) passará a ser o agente operador do Fies no lugar da Caixa.

"Queremos que os bancos conheçam melhor o crédito universitário para motivá-los a criar seus próprios produtos no longo prazo. Com isso, mais alunos serão atendidos", diz Maria Paula.

Recentemente, o número de contratações anuais do Fies estava em queda. No ano passado, por exemplo, foram 35 mil, enquanto em 2005 o Fies atingiu 135 mil adesões. Para a secretária do MEC, ao permitir a ampliação a rede de distribuição para diversos bancos, os alunos vão acessar o produto de forma mais fácil.”

(Fonte: Valor Econômico 08/01/2010 - 02h01, Postado por Mpost em 11 janeiro 2010 às 16:28 http://www.sigampost.com.br/profiles/blogs/financiamento-a-estudante-do)

Criação de Universidade Latino-Americana aguarda sanção presidencial

“Aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o projeto de lei da Câmara 186/09, que cria a Universidade Federal da Integração Latino-americana (Unila). A matéria, iniciativa do Poder Executivo apresentada em 2008, foi aprovada no último dia 16 no Plenário do Senado.

A Unila, entidade de ensino superior, será vinculada ao Ministério da Educação e vai funcionar em Foz do Iguaçu (PR). Deverá desenvolver pesquisa nas diversas áreas de conhecimento e promover a extensão universitária. Sua principal missão é qualificar mão de obra apta para contribuir com a integração latino-americana, com o desenvolvimento regional e com o intercâmbio cultural, científico e educacional da América Latina, especialmente no Mercado Comum do Sul (Mercosul).

O texto dita as regras para o funcionamento da Unila e determina que, com foco nessa integração, seus cursos deverão enfatizar temas que envolvam a exploração de recursos naturais e as biodiversidades transfronteiriças, os estudos sociais e lingüísticos regionais, entre outras áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento da região.

Os recursos financeiros da Unila, diz ainda o projeto, serão provenientes de: dotações no orçamento da União; auxílios que venham a ser concedidos por quaisquer entidades públicas ou particulares; remuneração por serviços prestados a entidades públicas ou particulares; e convênios, acordos e contratos celebrados com entidades ou organismos nacionais ou internacionais.

O projeto diz que a Unila deverá iniciar suas atividades no primeiro dia útil do ano subseqüente ao da publicação da lei, ou seja, em janeiro 2011, caso seja mesmo sancionado pelo presidente.

Audiência

A importância da aprovação da criação da Unila foi discutida durante a primeira reunião realizada no Brasil pela Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Esporte do Parlamento do Mercosul, em maio de 2008. Na ocasião, o professor Célio Cunha, membro da comissão de implantação da Unila, assinalou que a universidade terá 10 mil estudantes de diferentes países da América do Sul e poderá contar com até 500 professores. A proposição a ser sancionada prevê a criação de 250 desses postos. A proposta prevê ainda a contratação de professores visitantes.”

(Fonte: Elina Rodrigues Pozzebom, Agência Senado (Envolverde/Agência Senado), http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=67977&edt=1)

Microsseguro vai inserir população sobre no mercado de seguro no Brasil, prevê CVG

“O lançamento do microsseguro, em 2010, vai alavancar as carteiras de seguros de pessoas no país, avaliou em entrevista à Agência Brasil o presidente do Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ), Lucio Marques.

“O microsseguro vai ter uma grande chance de atingir 100 milhões de brasileiros da população de baixa renda, que estão sem acesso à cobertura de riscos, não só pessoais, como também de patrimônio”, disse Marques.

O presidente da CVG-RJ estimou que o mercado segurador nacional como um todo terá um fechamento bastante positivo em 2009, com expansão entre 10% a 15%, em razão da crise financeira internacional. Em 2010, ele acredita que o mercado vai continuar crescendo. “Espaço a gente tem. Possibilidade de crescer nós temos, principalmente nas carteiras de seguros de pessoas, porque nós estamos muito aquém da comunidade mundial”.

Criada há 43 anos com o objetivo de estimular o crescimento dos seguros de pessoas no Brasil, o CVG-RJ reúne empresas seguradoras, corretoras e assessorias de seguros que operam nesse segmento de seguros. A entidade estimulou o surgimento de outros CVG em São Paulo, no Rio Grande do Sul, Paraná e Espírito Santo.

Segundo informou Lúcio Marques, o faturamento das carteiras de seguros de pessoas no Brasil alcança em torno de US$ 12 bilhões/ano, correspondendo a cerca de 16% da população ativa, enquanto o mercado mundial atinge mais de 50% da população ativa nessas carteiras. Somente nos Estados Unidos, o faturamento do setor é de US$ 600 bilhões anuais. Os seguros de pessoas englobam os ramos vida, previdência, saúde e acidentes pessoais, entre outros.

A criação de novos produtos direcionados às classes C, D e E e a abertura do mercado de resseguros devem influenciar muito o mercado, analisou Marques. “Você deve ter muita concorrência positiva, de interesse mais do consumidor do que do próprio mercado, eu diria”.

Marques previu que o crescimento do mercado segurador em 2010 e 2011 deverá repetir o patamar de 2009, porque não se tem ainda uma visão mais detalhada do que pode ocorrer no mundo pós-crise. “Acho que já seria bastante bom para o mercado de seguros”.

(Fonte: Alana Gandra Repórter da Agência Brasil - Edição: Aécio Amado - Rio de Janeiro)

Apoios a projetos comunitários

Buscam-se colaboradores e doadores para os projetos abaixo citados, que poderão ser adotados por empresas pelas áreas e Responsabilidade Social, ou incorporados a algumas outras atividades voluntárias de alguns clubes de serviços ou grupos de amizade fraternal. As sugestões foram retiradas do Banco de Projetos do site da Petrobrás, onde poderão ser encontradas mais sugestões em: http://www2.petrobras.com.br/minisite/desenvolvimento_cidadania/bancodeprojetos.asp

Liberdade Assistida – Um Novo Caminho para Socialização

Medida sócio-educativa na forma de Liberdade Assistida oferecendo serviços e orientação a 60 adolescentes de 12 a 18 anos, do sexo masculino, e suas respectivas famílias, por meio de pessoas capacitadas e recomendadas por entidade ou programa de atendimento.

Instituição: Instituto Tecnológico, Ambiental e Cultural - Instituto Adamo. (em Tocantins)

Arte, Ciência e Tecnologia na Educação: uma proposta para o Desenvolvimento Humano

Proporcionar o aumento do IDH através da criação de um centro gerador e irradiador de inovação tecnológica. O projeto vai atender indiretamente 3.800 alunos e 280 professores da rede pública local e, diretamente, 250 alunos de 7 a 21 anos, que serão disseminadores da metodologia e 50 educadores.

Instituição: Humbiumbi – Arte, Cultura e Educação. (em Sergipe)

Arte Guarani do Rio de Janeiro

Propõe a revitalização da tradição histórica dos índios Guarani, habitantes de Angra dos Reis e Paraty, e a valorização de sua cultura, especialmente da produção artesanal. O projeto abrange cinco aldeias, contabilizando 122 participantes, bem como os aparentados e agregados dos beneficiários diretos.

Instituição: Programa de Estudos dos Povos Indígenas - Pró-Índio/Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (Rio de Janeiro)

Dra. Zilda Arns foi citada como exemplo de heroísmo pelo Dr. Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra -"Em heróis de verdade"

Heróis de Verdade

A Revista Isto É (edição 1879) publicou uma excelente entrevista com Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em Administração de Empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional. "Em Heróis de Verdade", o escritor combate a supervalorização das aparências, diz que falta ao Brasil competência e não auto-estima.

ISTOÉ – Quem são os heróis de verdade?

Roberto Shinyashiki – Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

ISTOÉ – O sr. citaria exemplos?

Shinyashiki – Dona Zilda Arns, que não vai a determinados programas de tevê nem aparece de Cartier, mas está salvando milhões de pessoas. Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

ISTOÉ – Qual o resultado disso?

Shinyashiki – Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

ISTOÉ – Por quê?

Shinyashiki – O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

ISTOÉ – Há um script estabelecido?

Shinyashiki – Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa O aprendiz? "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar." É exatamente o que o chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir." Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

ISTOÉ – Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki – Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

ISTOÉ – Está sobrando auto-estima?

Shinyashiki – Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa.

ISTOÉ – Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?

Shinyashiki – Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham." Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

ISTOÉ – O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki – Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

ISTOÉ – É comum colocar a culpa nos outros?

Shinyashiki – Sim. Há uma tendência a reclamar, dar desculpas e acusar alguém. Eu vejo as pessoas escondendo suas humanidades. Todas as empresas definem uma meta de crescimento no começo do ano. O presidente estabelece que a meta é crescer 15%, mas, se perguntar a ele em que está baseada essa expectativa, ele não vai saber responder. Ele estabelece um valor aleatoriamente, os diretores fingem que é factível e os vendedores já partem do princípio de que a meta não será cumprida e passam a buscar explicações para, no final do ano, justificar. A maioria das metas estabelecidas no Brasil não leva em conta a evolução do setor. É uma chutação total.

Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parece que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o grande objetivo de vida se tornou parecer"

ISTOÉ – Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki – Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

ISTOÉ – Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki – O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

ISTOÉ – Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki – A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: "Você tem de estar feliz todos os dias." A terceira é: "Você tem que comprar tudo o que puder." O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: "Você tem de fazer as coisas do jeito certo." Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz tomando sorvete, levando os filhos para brincar.

ISTOÉ – O sr. visita mestres na Índia com freqüência. Há alguma parábola que o sr. aprendeu com eles que o ajude a agir?

Shinyashiki – Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz." Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis. Uma história que aprendi na Índia me ensinou muito. O sujeito fugia de um urso e caiu em um barranco. Conseguiu se pendurar em algumas raízes. O urso tentava pegá-lo. Embaixo, onças pulavam para agarrar seu pé. No maior sufoco, o sujeito olha para o lado e vê um arbusto com um morango. Ele pega o morango, admira sua beleza e o saboreia. Cada vez mais nós temos ursos e onças à nossa volta. Mas é preciso comer os morangos.

(Fonte: Revista Isto É (On line) nº edição 1879, http://www.hploco.com/sancarr/Herois_de_Verdade_-_Roberto_Shinyashiki.html)