Portal Espaço Mulher Informa...


Edição nº 63 - de 15 de Abril de 2007 a 14 de Maio de 2007

O discurso da realidade analisa a condição da mulher

O discurso do sociólogo Cândido Grzybowski (diretor do Ibase) intitulado “Um mundo mais feminino é possível?” (veiculado em REPEM/2002(*1) trata sobre as experiências dele no Comitê Organizador do Fórum Social Mundial. Transcrevemos aqui algumas frases de sua própria análise para que percebamos o que mudou, e verifiquemos se ainda há o entrave social dominante em relação a participação das mulheres, e o “conceito cultural machista” predominante? Cabe a cada pessoa analisar e concluir, aqui somente selecionamos alguns trechos discursivos do importante sociólogo Cândido Grzybowski.

“Isto não é bem uma análise, é mais um desabafo na forma de testemunho. Certo, não consigo me desvencilhar de um “jargão sociológico”, forjado ao longo de 56 anos bem feitos. Mas tento, Talvez pior do que o olhar emprestado a certa ciência social seja a viseira machista em que fui treinado, ou melhor, domesticado e formado. Aí começa ao meu testemunho: somos poucos, muito poucos, a reconhecer a verdadeira estrutura mental, de formas a pensar a realidade, que as desiguais relações de gênero criam na nossa cultura e que são nosso modo de ser.” (...)

(...) “Mas quanto temos ainda a fazer! Existe um viés estrutural que não dá protagonismo para as mulheres.” (...)

Ao organizar uma coletiva de imprensa na abertura do FSM (em 31/01/02) o sociólogo Cândido colocou uma mulher para liderar o trabalho junto de colegas homens, além de políticos homens, e, então ele analisou assim:

(...) “A cena foi patética: uma única mulher no meio de outros sete homens representantes de entidades”... citou mais alguns outros e continuou: (...)” O pior foi a solução encontrada. Como constatou uma jornalista presente: “que coisa mais aborrecida! É assim em todo o lugar. Ela é a única mulher e é a única que está trabalhando!” (...) 

Mais adiante ele prossegue: (...) “As mulheres são “minorias”, criadas por nós mesmos, no seio da sociedade civil. Não adianta culpar o capitalismo, o neoliberalismo, a globalização, os Estados excludentes etc. etc. Este é um dos grandes problemas que se gestam, desenvolvem e mantém na cultura civil. Na verdade, a jurássica cultura machista ainda tem terreno fértil e, como vírus, penetra em todo o tecido social, nos fazendo seus reféns. Temos que mudar a cultura, tornar os direitos, princípios éticos constitutivos de todas as relações sociais, de homem e mulher, de marido e esposa, de pai e filha, de patrão e empregada. Enfim, trata-se de reconhecer que as estruturas sociais são fruto de múltiplas determinações, onde relações de gênero, sem dúvida, têm um papel constitutivo até aqui pouco admitido”(...)

(..) “Olhando de uma perspectiva feminina a tarefa é bem mais gigantesca do que parece. Estamos incomodando o pensamento único dominante, sem dúvida. Mas, estamos nos incomodando nós mesmos, com os nossos machismos, racismos e intolerâncias?” (...) 

Nas palavras desse sociólogo, 5 anos após proferí-las, pode-se perceber que ocorram mudanças em relação a participação das mulheres na sociedade? 

Observamos, o início de grupos de pessoas inovadoras (mais inteligentes que outras?), essas, logo perceberam os erros sociológicos e assimilaram mais rapidamente o efeito das novas leis que defendem os direitos das mulheres e direitos humanos, compreenderam o respectivo impacto que “atitudes não machistas” promovem nas áreas de responsabilidade social, na conquista de selos de qualidade, e que política de gênero precisa ser respeitada.

Nos 20 anos do Projeto ESPAÇO MULHER atuando diretamente junto aos movimentos associativos femininos, divulgando-os gratuitamente, e promovendo vários eventos de estudos temos também como avaliar qualificando e quantificando as mudanças

sócio-corporativas-culturais-políticas-jurídicas-econômicas da condição da mulher brasileira e em comparação com outros países. Também temos como analisar a evolução e o apoio dos homens em relação a participação das mulheres na sociedade contemporânea.

Parabenizamos ao sociólogo Cândido Grzybowski e a todos os homens que em seus discursos e atitudes ajudam as mulheres a superarem os obstáculos da “cultura machista”!, pois, não estamos em uma “guerra de gêneros”, estamos sim, diante de um fato social consumado. Em todo o planeta se torna necessária a participação das mulheres como aliadas dos homens, desde as relações familiares até a preservação do meio-ambiente, isto sem considerar do ponto de vista de estratégias política e econômicas, pois, são elas, mais de 50% da população mundial.

Também não é tarefa fácil para as mulheres, pois em menos de 40 anos elas precisaram se adaptar a tantas mudanças comportamentais e enfrentarem uma nova vida, incluindo nas responsabilidades domésticas às da carreira profissional e a atuação sócio-política atual. 

Estatísticas (*2 - in News) recentes demonstram que nestes últimos 40 anos as executivas jovens ainda são menos de 3% nos cargos de direção de grandes empresas nos EUA e em torno de 4% na Espanha. Ainda, mundialmente as mulheres predominam como maioria nas empresas familiares e nas cooperativas.

Esperamos que com estas reflexões discursivas e a realidade enfrentada por um homem que oportuniza a participação feminina e as estatísticas atuais da condição das mulheres tenhamos contribuído para que ocorram novas mudanças e perspectivas sociais em relação à eqüidade de gênero. 

Receba a edição nº63 do Portal ESPAÇO MULHER INFORMA... com um abraço de Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER.

(*) FONTE 1: La Red Va, vol.5, ano 5, Informe Especial 08/03/02, REPEM - ano 2002. Sobre Fórum Social Mundial

(*) FONTE 2: News Women in Management (Solange Grandjean) abr/2007, n° 3

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

ASSOCIAÇÃO DOS VOLUNTÁRIOS DO INSTITUTO DO CÂNCER "ARNALDO VIEIRA DE CARVALHO" - A.V.I.C.A.V.C.

Temos muito amor e vontade ajudar. Pena que isto só não basta. A Associação - A.V.I.C.A.V.C. com apenas 30 voluntárias, há 71 anos, ajuda quase dois mil pacientes diários (que são pessoas idosas, adultas e jovens carentes), a maioria sem convênio médico, ou só com o SUS, tratando-os gratuitamente no Hospital do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho, o qual é situado no terreno da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo.

Por meio de bazares diários no prédio do hospital e de dois chás beneficentes anuais, e com doações em dinheiro, objetos e remédios elas oferecem os recursos para promover o diagnóstico, a prevenção e a detecção do câncer, incentivam as investigações científicas, promovem cursos de especialização e aperfeiçoamento e cooperam nas campanhas de combate ao câncer junto à entidades públicas ou privadas, nacionais e internacionais.

Com este trabalho das voluntárias da A.V.I.C.A.V.C. e com as doações recebidas são comprados até equipamentos e máquinas necessárias além de algumas medicações importadas. Para colaborar você pode doar desde objetos usados e de pequeno porte, em bom estado, tais como roupas, calçados, bijuterias, acessórios do lar e de decoração, utensílios domésticos, os quais são vendidos no bazar diário, na sede do hospital.

Também são necessárias e urgentes muitas doações para uso pessoal dos pacientes, tais como camisolas, pijamas, lençóis, fronhas, cobertores, toalhas de banho, os quais são usados durante a internação hospitalar, sendo que na higienização para desinfectá-los há um desgaste rápido dos tecidos, portanto, precisa de reposição contínua.

Também podem ser doados para uso pessoal dos pacientes produtos de higiene (sabonetes de glicerina, pentes, escovas, cotonetes, absorventes etc). E para a desinfecção do hospital é necessária uma grande quantidade de produtos de limpeza em geral e papel higiênico, portanto, aceitam-se também estas doações.

Para os dois chás beneficentes realizados durante cada ano aceitam-se objetos novos de pequeno porte, assim como, aparelhos de televisão, forno de microondas, rádios, liquidificadores, batedeiras, ferro de passar roupa, faqueiros, jogos de chá e café, secadores de cabelos, depiladores etc. para sorteio, pois quanto melhor forem o prêmio mais são vendidos os convites, arrecadando mais verbas.

Você também pode doar dinheiro, em qualquer quantia, depositando nas contas correntes dos bancos: Banco Itaú - Vila Buarque - agência 0553 - cc. 123 225 - Banco Banespa - Santo Amaro - agência 104 - cc. 1 302 133-8.

Saiba que você poderá ser uma voluntária, basta inscrever-se e ser treinada durante três meses, se aprovada na seleção, você será mais uma valiosa e incansável colaboradora da A.V.I.C.A.V.C. Mais informações pelo e-mail: avicavc@ig.com.br.

LEIA NESTA EDIÇÃO:
Jornal Espaço Mulher

Jornal da Mulher Brasileira

Embelezar

Elisabeth Mariano

FPLCEM

Ensino a Distância

TV Espaço Mulher

Rádio Espaço Mulher

Edições anteriores.