Jornal Espaço Mulher


Edição nº 227 - de 15 de Dezembro de 2020 a 14 de Janeiro de 2021

Olá Leitoras! Olá Leitores!

Na passagem para um novo decênio

Resta-nos a agradecer muito todos os apoios recebidos, desde aqueles que muitas pessoas somaram, para nos livrar da ação de malfeitores/as que geraram grandes danos em minha vida pessoal e familiar, além de nossos projetos e trabalho.

A verdade prevaleceu, malfeitores foram presos, mas as verdades sobre quem os defende e os protegem também apareceu... Contamos com muitas bênçãos e apoios, felizmente... enfim, chegou o maléfico do “Covid 19” e, foi uma boa desculpa para muitos que precisavam de um bom álibi e disfarce...

Muitas instituições com “slogans e departamentos “que dizem defender mulheres; nada apresentaram de balanços social e político, ou novas proposições etc. muito menos um demonstrativo de todas as !”tarefas realizadas com os resultados alcançados”!

Terminada mais uma década contada no calendário, e 25 anos depois da Plataforma de Ação da ONU (que até vi o presidente da época assinar etc.)...

Só se tem acesso a informações de graves violências, mas sem demonstrar mais detalhes como prosseguem ou finalizam-se os tais casos...

Enfim, ninguém apresenta um balancete de “atendimentos, casos, condutas, resultados, observações, medidas, punições etc. FICA DIFICIL AVALIAR!

As mulheres então seguem suas vidas sofridas, solitárias na dor, sem voz... Provavelmente ao ler este trecho todas as pessoas com distúrbios psiquiátricos devem ter se divertido muito, gargalhado e sentido massagem no ego maléfico!

Novo decênio para quem quer construir uma nova base social e ser feliz!

Fazer as outras pessoas felizes, aumenta as endorfinas e deixa a pessoa benfeitora mais feliz ainda.

Para quem duvida recomendo ler: https://vejasp.abril.com.br/blog/felicidade/felicidade-ciencia-tal-ben-shahar/

MILHÕES DE AGRADECIMENTOS E RECONHECIMENTOS AS PESSOAS BONDOSAS QUE NOS APOIARAM, EM TODAS AS FASES BOAS E MÁS, SUPERAMOS COM A FÉ EM DEUS, E PELA OPÇÃO DE SER FIEL E LEAL AOS NOSSOS IDEAIS.

Deus proteja sempre as pessoas benfeitoras que acreditaram e nos apoiaram, em nossos 40 anos de realização de COMUNICAÇÃO INTEGRADA para as MULHERES, nos 35 anos de realização projeto das marcas e registros de autoria ESPAÇO MULHER, EMBELEZAR, ESPAÇO HOMEM, JORNAL DA MULER BRASILEIRA e ELISABETH MARIANO.

Que a partir destes 25º ano pós ONU/BEIJING/1995 que testemunhei as multidões de mulheres de todo o mundo, tenhamos mais coragem e determinação, apoios e colaboração mútua entre todas... parcerias legais, e materializadas... É preciso romper com as “atitudes de fachada” e sair do “mundo de faz-de-conta”!

Fraternal abraço, ELISABETH MARIANO e equipe ESPAÇO MULHER.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

As lideranças e os 25 anos da declaração de Beijing/ONU

Recordo-me da euforia e preparativos das lideranças femininas, que contavam com o carisma da então “Primeira Dama do País, Dr.ª Rute Cardoso” para participarem como uma das maiores caravanas de mulheres na Conferência Mundial de Beijing/China promovida por vários órgãos da ONU.

Estava eu junto principalmente com os grupos que representavam as ONGS de mulheres, cada qual com seu material de divulgação e participativas das plenárias.

E, foi emocionante quando surgiu o documento que “nortearia as lideranças das mulheres e seus governos, para o empoderamento de todas no mundo!”

DECLARAÇÃO DE BEIJING

Nós, os governos que participamos da Quarta Conferência Mundial da Mulher

(http://www.nepp-dh.ufrj.br/ole/textos/DeclarBeijing1995.pdf)

DECLARAÇÃO DE BEIJING. Durante a IV Conferência Mundial sobre a Mulher, em setembro de 1995, na capital da China, foi aprovada a Declaração de Beijing, onde os governos participantes se comprometeram a cumprir, até o final do século XX, as estratégias acordadas em Nairóbi, no Quênia, em 1985. https://www.camara.leg.br/noticias/59229-declaracao-de-beijing/

O Brasil ratificou sem reservas, e, novamente as mulheres comemoraram... Contudo, talvez por que algumas se arranjaram em alguns cargos de governos, ou por que outras envelheceram, talvez adoeceram... ou se cansaram de falta de soluções governamentais, além de ratificar os documentos...

Como sempre se criam leis, normas etc. cujas decoram as prateleiras empoeiradas em repartições públicas, aliás locais esses, em que servidoras e servidores públicos deveriam primar pela “aplicação das leis e normas, banindo quaisquer tipos de violências contra mulheres, crianças, idosos, deficientes e origens racistas etc.

Mas, sem dúvida a falha foi de governos subsequentes que “buscaram em todos os meios alijar a participação das mulheres, e muitos são os registros históricos contemporâneos para demonstra a realidade da impunidade no descumprimento de leis e normas...

Muitas pessoas em suas áreas até de chefias etc. quer eleitas ou não, desconhecem que “há olheiros humanistas !” em todas as partes do mundo levantando dados, relatórios e acompanhando os fatos, e até com iniciativas severas contra governantes omissos em relação a “segurança dos cidadãos e das cidadãs!”

Enfim... com os efeitos da pandemia, que alguns cientistas chamam de sindemia, a quarentena foi imposta, e, foi também motivo para o “relaxamento de lutas por seus direitos adquiridos”...

Dificultaram-se as reuniões, e implementação, ou continuidade de projetos, por lideranças em ONGs etc., e, há uma confusão generalizada, desde “ a briga de vai saber quem manda mais aqui!” até as agruras de ameaças e perseguições feitas por gente inexperiente em áreas que sequer havia feito um estágio... Passaram a criar normas etc. que sequer podem ser ajustadas a realidade do povo sofrido e dos “engajados em ajudar aos carentes”! se tem uma verdadeira “ roda gigante” com manipulações e desacertos... com despreparo de lideranças que sequer sabem ser líderes, nas obrigações e responsabilidades...

Sem dúvida, embora o “turbilhão” nada deveria causar a inercia de mulheres “expoentes ‘na continuidade e defesa de direitos e exigência de deveres conforme todos os compêndios jurídicos e os arcabouços internacionais assumidos.

Saber as informação das normas de direito, não garante que se saiba aplicá-la.. trabalhar na área do judiciário, não quer dizer que saberá fazer justiça...

Talvez, seja necessário doravante, junto com as orações diárias da manhã e noite, os bons que assim se regozijam devam ler o ARTIGO 5º DA C F 88.

Talvez além de se cantar o Hino Nacional nas cerimonias, https://www.youtube.com/watch?v=ottvmRPbQyw

Se devesse JURAR RESPEITAR O artigo 5º da CF88, E CITÁ-LO antes ou depois... A SEGUIR TRANSCRITO NO LINK...

Queremos por oportuno parabenizar o site POLITIZE, é hoje bem necessário:

(Fonte: https://www.politize.com.br/artigo-5/artigo-5/#:~:text=Art.,%2C%20nos%20termos%20seguintes%3B%E2%80%9D, data de acesso: 12/12/2020)

25 anos da declaração de Beijing

TRANSCRIÇÃO COM O IDIOMA ORIGINAL NO ARTIGO ABAIXO: GUINEA_BISSAU/PT/

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4293170/mod_resource/content/1/declaracao_beijing.pdf

Quase 90% dos homens e mulheres têm preconceitos contra as mulheres

5 de Março - Qual é o tamanho e a espessura do tecto de vidro que limita e impede as mulheres de progredirem a partir de certa altura? Uma nova análise sugere que este tecto cobre todos os aspectos da vida das mulheres - incluindo no lar - e que é construído, não de vidro, mas de estereótipos e preconceitos generalizados contra as mulheres, mantidos e repetidos por homens e mulheres em todo o mundo.

Estas foram as descobertas do novo Índice de Normas Sociais de Género, divulgado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O índice mede como as convicções e normas sociais dificultam a igualdade de género em áreas como política, trabalho e educação e contém dados de 75 países, cobrindo mais de 80% da população mundial.

A nova análise revela que, apesar de décadas de progresso pela igualdade entre homens e mulheres, cerca de 90% dos homens e mulheres do mundo têm algum tipo de preconceito contra as mulheres, fornecendo novas pistas para as barreiras invisíveis que as mulheres enfrentam para alcançar a igualdade e um potencial caminho a seguir para partir este tecto de vidro.

Segundo o índice, cerca de metade dos homens e mulheres do mundo sentem que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres e mais de 40% acham que os homens são melhores executivos de negócios e que os homens têm mais direito a um emprego quando os empregos são escassos. 28% acham que é justificável que um homem bata na esposa.

Também estão disponíveis informações sobre como os preconceitos estão a mudar em cerca de 30 países. Mostra que, enquanto em alguns países houve melhorias, noutros as atitudes parecem ter piorado nos últimos anos, provando que o progresso não pode ser tomado como garantido.

"Percorremos um longo caminho nas últimas décadas para garantir que as mulheres tenham o mesmo acesso às necessidades básicas que os homens têm. Atingimos a paridade na educação primária e reduzimos a mortalidade materna em 45% desde o ano de 1990. Ainda assim, as diferenças de género são óbvias em outras áreas, particularmente naquelas que desafiam as relações de poder e que realmente influenciam o alcance de uma verdadeira igualdade. Hoje, a luta pela igualdade de género é uma história de preconceitos”, disse Pedro Conceição, Director do Escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD.

A diferença de poder

Esta nova análise esclarece porque ainda existem enormes “diferenças de poder” entre homens e mulheres nas nossas economias, nos sistemas políticos e nas empresas, apesar dos progressos que diminuem as desigualdades de género em áreas básicas do desenvolvimento, como na educação e na saúde, e a eliminação de barreiras legais à participação das mulheres na política e na economia.

Por exemplo, os homens e as mulheres votam em proporções semelhantes, no entanto apenas 24% dos assentos parlamentares em todo o mundo são ocupados por mulheres e apenas 10 dos 193 chefes de governo ou de estado são mulheres.

No mercado de trabalho, as mulheres recebem menos do que os homens e têm uma probabilidade de ocupar cargos de direcção e de chefia muito menor: menos de 6% dos CEOs das empresas do S&P 500 são mulheres. E, embora as mulheres trabalhem mais horas do que os homens, é mais provável que esses trabalhos sejam não remunerados.

“O trabalho que tem sido tão eficaz para garantir o fim das desigualdades na saúde ou na educação deve agora evoluir para abordar algo muito mais desafiador: um preconceito profundamente enraizado – tanto nos homens como nas mulheres - contra a verdadeira igualdade. As políticas atuais, embora bem-intencionadas, têm um alcance limitado,” disse Achim Steiner, Administrador do PNUD.

Este ano de 2020 marca o 25º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim (Beijing + 25), o programa de empoderamento das mulheres mais visionário até ao momento.

O PNUD pede que os governos e as instituições usem uma nova geração de políticas para mudar estas convicções, preconceitos e práticas discriminatórias por meio da educação, aumentando a consciencialização. Por exemplo, usando benefícios fiscais para incentivar a partilha equitativa da responsabilidade de cuidar dos filhos ou incentivando as mulheres e as meninas a enveredarem por sectores tradicionalmente dominados por homens, como as forças armadas e as tecnologias de informação.

“As manifestações pelos direitos das mulheres em todo o mundo hoje, motivadas por jovens feministas, mostram que são necessárias novas alternativas para um mundo diferente”, disse Raquel Lagunas, Diretora da Equipa de Género do PNUD. "Precisamos de agir agora para quebrar a barreira de preconceitos, se quisermos avançar na velocidade e à escala necessárias para alcançar a igualdade de género e a visão estabelecida na Declaração de Beijing há duas décadas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável".

O PNUD e o Género

A estratégia de género do PNUD foca-se na eliminação das barreiras estruturais ao empoderamento económico das mulheres; na prevenção e resposta à violência baseada no género; na promoção da participação e liderança das mulheres em todas as formas de tomada de decisão; e no fortalecimento de estratégias que ajudem mulheres e homens na prevenção, preparação e recuperação de crises, incluindo mudanças climáticas.

Progressos desde 1995, Declaração de Pequim e Plataforma de Ação:

Para mais informações, acesse o documento Índice de Normas Sociais de Género

(Fonte: https://www.gw.undp.org/content/guinea_bissau/pt/home/news-centre/IndicedeNormasSociaisdeGenero.html, data de acesso: 12/12/2020)

Saúde pública: saiba qual é o papel do presidente, do governador e do prefeito

Criado em 29/08/14 18h57 e atualizado em 01/09/14 12h31

Por Fernanda Duarte* Fonte: Portal EBC

Em época de eleições, é comum encontrarmos candidatos fazendo as mais variadas promessas. entre elas, as que apelam para a melhoria do atendimento de saúde, uma das principais reivindicações da população. mas boa parte dessas promessas, seja por falta de conhecimento ou até por má-fé, não podem ser concretizadas porque alguns candidatos simplesmente desconhecem os limites das funções para as quais tentam se eleger.

Para não deixar se levar por falsas promessas, veja abaixo como funciona o sistema de saúde público no país e quem responde pela oferta de serviços e atendimento da população nessa área.

O SUS

O sistema único de saúde surgiu a partir do estabelecimento da saúde como direito do cidadão na constituição de 1988. atualmente ele é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e o único a garantir acesso integral, universal, igualitário e completamente gratuito para a totalidade da população (aproximadamente 202 milhões de habitantes), desde o atendimento ambulatorial às cirurgias complexas, como as de transplante de órgãos.

Antes de sua implementação, a saúde não era considerada um direito social. de acordo com o Ministério da Saúde, o modelo de saúde pública vigente até então marginalizava uma parte expressiva da população, já que só tinham direito ao acesso aqueles que eram segurados pela previdência (trabalhadores com carteira assinada) e nem todos tinham condições de arcar com os custos dos serviços de saúde particular.

Além do atendimento de saúde por meio de consultas, exames médicos e internações, o sus atua em ações de prevenção de doenças e de vigilância sanitária, como campanhas de vacinação, fiscalização de alimentos e registro de remédios.

Saúde: responsabilidade de quem?

Ao se converter em um direito constitucional assegurado a todos os brasileiros, a saúde passou a ser uma responsabilidade solidária da união, estados e municípios.

Os entes federativos até podem dividir funções, mas todos devem atuar em parceria, como o fazem desde o pacto pela saúde, de 2006, para garantir os serviços de atendimento à saúde da população.

Confira quais são os compromissos de cada ente federativo quanto à prestação desses serviços:

1. Prefeito

No que diz respeito à área da saúde no Brasil, o município aparece como principal responsável.

A figura do prefeito é quem responde pelo compromisso de prestar ações e serviços de saúde em sua localidade, por meio de uma secretaria ou departamento voltado exclusivamente para a gestão municipal de saúde, sendo o governo estadual e o federal parceiros na oferta desse atendimento.

Assim, compete ao município criar suas políticas de saúde e também colaborar com a aplicação das políticas nacionais e estaduais dessa área, coordenando e planejando as ações do sistema único de saúde (sus) em âmbito local e, para isso, aplicando recursos próprios (mínimo de 15% de sua receita) e os repassados pela união e pelo estado.

2. Governador

Compete ao governador, por meio de uma secretaria estadual de gestão de saúde, criar suas próprias políticas de saúde, bem como apoiar a execução das políticas nacionais de saúde, aplicando recursos próprios (mínimo de 12% de sua receita) e os repassados pela união no atendimento à saúde em seu território, o que inclui o planejamento e a coordenação de ações do sus no estado, assim como o repasse de verbas aos municípios.

3. Presidente

Apesar de não ser o principal responsável pela prestação dos serviços de saúde, o governo federal é o principal financiador da rede pública de saúde.

Fica a cargo do presidente escolher a pessoa que comanda o ministério da saúde, assim como avalizar as políticas nacionais de saúde formuladas pelo órgão e os repasses dos recursos federais para que os municípios, os estados e o distrito federal as coloquem em prática.

O Ministério da Saúde também responde pelo planejamento, criação de normas, avaliação, fiscalização e controle das ações do sus em todo o país.

Além disso, ele tem respondido pela aplicação de metade dos recursos gastos com saúde pública em todo o Brasil, com recursos previstos anualmente no orçamento da união, que devem ser no mínimo iguais ao do ano anterior corrigidos pela variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com a Emenda Constitucional nº. 29.

No caso específico do Distrito Federal, que não atua exatamente como um estado nem suas regiões administrativas funcionam como municípios, o governo distrital responde pelas ações correspondentes aos governos estadual e municipal na prestação do atendimento de saúde à sua população.

È importante ressaltar que os cargos legislativos (deputado estadual ou distrital, deputado federal e senador) também desempenham importante papel na oferta de saúde pública à população na medida em que compete a eles a criação e/ou aprovação das leis que instituam os programas que executem as políticas públicas para o setor, assim como a aprovação do orçamento da saúde e a fiscalização dos atos do governo.

* Com informações do Ministério da Saúde

CREATIVE COMMONS - CC BY 3.0

(Fonte: https://memoria.ebc.com.br/noticias/eleicoes-2014/2014/08/saude-publica-qual-e-a-competencia-dos-cargos-politicos, data de acesso: 12/12/2020)

Estudo avalia propensão a doenças metabólicas em filhos de mães obesas

Transmissão pode ter relação com deficiência de uma proteína no óvulo

Publicado em 14/12/2020 - 20:30 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Um estudo brasileiro, que foi publicado na revista Molecular Human Reprodution, tenta descobrir por que filhos de mães obesas teriam mais propensão a desenvolver, ao longo da vida, doenças metabólicas, tais como o diabetes. 

Segundo o estudo, essa transmissão de doenças de mãe para filho pode estar relacionada à deficiência, no óvulo materno, de uma proteína chamada mitofusina-2, localizada na membrana externa da mitocôndria. O trabalho é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (Fapesp) e coordenado por Marcos Roberto Chiaratti, professor adjunto do Departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coordenador do Laboratório de Genética e Biotecnologia da instituição.

Em entrevista à Agência Brasil, Chiaratti disse que o trabalho, que começou em 2015, nasceu de seu interesse em estudar a reprodução da fêmea. “Eu estudo mitocôndrias, que são organelas celulares conhecidas principalmente por produzir energia para as nossas células. E, como a mitocôndria é transmitida somente pela mãe, ao estudar a fertilidade da fêmea, tenho bastante interesse em estudar o papel da mitocôndria no óvulo – tanto em como ele afeta a fertilidade quanto em relação aos mecanismos que regulam o óvulo e que possam ser transmitidos para seus filhos”, disse o professor.

Em experimentos com camundongos geneticamente modificados para não expressar a mitofusina-2 no óvulo, os pesquisadores desse estudo observaram que a deficiência da proteína não afetou a fertilidade das fêmeas. O resultado, no entanto, foi que os filhotes gerados por elas apresentaram maior ganho de peso durante as dez primeiras semanas em que foram observados. Além disso, os filhotes desenvolveram diabetes.

“O foco desse trabalho era estudar a relação da mitocôndria com dois aspectos: fertilidade e herança mitocondrial. Porém, quando deletamos essa proteína [a mitofusina-2] no óvulo, vimos que não teve nenhum efeito significativo sobre a fertilidade, produzindo vários filhotes. Começamos a acompanhar o peso deles [dos filhotes] nas primeiras dez semanas pós-nascimento e vimos que eles estavam engordando mais”, detalhou Chiaratti.

O pesquisador acrescentou que, ao ver que eles engordavam mais, em relação ao grupo de controle [o grupo de controle tinha a mitofusina-2 no óvulo], foi feito um teste de glicemia. "Aí vimos que a glicemia estava maior nos filhotes que nasceram de óvulos que eram deficientes na mitofusina-2.”

O estudo

De acordo com Chiaratti, o tema em foco vem sendo pesquisado há muitos anos. Outras pesquisas, por exemplo, já vinham demonstrando que a mitofusina-2 é um regulador metabólico, ou seja, à medida que uma pessoa ganha peso ou desenvolve diabetes, essa proteína tende a diminuir nas células. “Vários outros estudos mostraram a importância da mitofusina-2 para a obesidade e para o diabetes, tanto para camundongos quanto para humanos. Mas não no óvulo [como faz esse estudo]”, afirmou.

As primeiras evidências de que a gestação das mulheres poderia interferir na fisiologia dos filhos – e até fazer com estes fossem mais propensos a desenvolver doenças metabólicas – foram observadas ao final da segunda guerra mundial, quando uma região da Holanda foi cercada por forças alemãs, impedindo-a de receber provisões. “No final da segunda guerra mundial, [Adolf] Hitler isolou a Holanda por alguns meses. E os holandeses passaram fome. Um grande número de mulheres [holandesas], que estavam gestantes na época e que passaram fome, tiveram filhos que, mais tarde, desenvolveram distúrbios metabólicos”. Isso, segundo Chiaratti, demonstrou que tanto a carência de alimentos quanto a obesidade poderiam trazer algum tipo de prejuízo ao óvulo.

Por isso, a próxima etapa do estudo será analisar o que aconteceria se as fêmeas geneticamente modificadas para a ausência da mitofusina-2 passassem a receber uma dieta mais calórica. “Nos próximos passos, vamos estudar a interação com a dieta”, informou o pesquisador. “A fêmea que não tem a mitofusina-2 no óvulo, nós já mostramos que produz filhotes propensos à obesidade e ao diabetes, mas isso diante de uma dieta normal. E se desafiarmos as mães agora com uma dieta que induz a obesidade por si só?”, questionou.

Um dos objetivos dos pesquisadores é que, a partir de todo o conhecimento gerado pelo estudo, possam ser desenvolvidas terapias que ajudem a prevenir a transmissibilidade de doenças metabólicas.

Edição: Nádia Franco

(Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-12/estudo-avalia-propensao-doencas-metabolicas-em-filhos-de-maes-obesas, data de acesso: 12/12/2020)

Os desafios e as conquistas da mulher advogada no Brasil

Sâmia Frantz

07 de março de 2019Atualizado em: 08 de março de 2019

Há 120 anos, Myrthes Gomes de Campos se transformava na primeira advogada do Brasil. No entanto, entre concluir a faculdade e ser admitida no quadro de sócios do Instituto dos Advogados do Brasil, anterior à OAB, precisou esperar sete anos. A classe – até então dominada só por homens – tinha dificuldade de aceitar uma mulher advogada em seus quadros.

Essa relutância, no entanto, foi amenizada já na primeira causa judicial que Myrthes assumiu. Quando precisou defender um homem acusado de agredir outro a golpes de navalha no Rio de Janeiro, sua ousadia em vestir uma beca e sair em defesa de um homem atraiu centenas de pessoas ao Tribunal do Júri. Todos queriam ver de perto a qualidade da sua atuação. Surpreendeu a todos, mas escandalizou o país.

Foi nesse contexto que se deu o ingresso feminino no mundo jurídico brasileiro. Mais de um século depois, a participação das mulheres como operadoras do Direito não causa mais o mesmo espanto. Mas foram necessários 50 anos, desde a estreia de Myrthes, até que o Brasil empossasse a primeira juíza mulher, Thereza Grisólia Tang. Depois disso, outros 46 anos se passaram até que a primeira mulher fosse admitida no STF – Ellen Gracie, em 2000. A entrada de Gracie na mais alta corte do país revelou um antigo despreparo físico no órgão: o prédio não possuía sequer banheiro feminino à época.

Avanços e desafios da mulher advogada

No entanto, apesar de todos esses avanços, mesmo lentos, ainda há muitas questões que precisam ser superadas. Os desafios da advocacia feminina nunca terminam.

Afinal, quem é mulher, sabe: o desrespeito ainda existe. E, no ambiente jurídico, costuma acontecer de maneira mais sutil, especialmente por envolverem mulheres conhecedoras de seus direitos. No entanto, devido ao fato de mulheres já serem desrespeitadas em outros espaços, muitas costumam nem estranhar o comportamento impositivo ou preconceituoso de alguns colegas.

Por isso, muitas vezes, é preciso um olhar treinado para identificar certas discriminações no cotidiano. O fato da mulher advogada não ser ouvida, por exemplo. A forma como suas opiniões não são levadas em consideração. A inclinação dos homens em enaltecer seus atributos físicos ou sua beleza no lugar de sua competência. E até as pequenas desigualdades trabalhistas para quem é autônoma: não há direito à interrupção ou à suspensão legal de prazos de um processo durante o período de licença-maternidade, por exemplo.

Quase mais mulheres do que homens na advocacia

O número de mulheres na advocacia está cada vez mais perto de alcançar o dos homens. Dos pouco mais de 1,1 milhão de advogados no país hoje, elas representam 49% do total de inscritos na OAB, segundo dados da própria instituição.

Em cinco Estados, essa inversão já ocorreu. Há mais advogadas do que advogados, hoje, na Bahia, no Espírito Santo, no Pará, no Rio de Janeiro e em Rondônia. Além disso, as mulheres devem ultrapassar muito em breve os homens no restante do país. Na faixa etária até os 25 anos, por exemplo, a liderança feminina na advocacia já é uma realidade.

Isso significa que mais mulheres estão concluindo a faculdade de Direito e sendo aprovadas no Exame de Ordem, por exemplo. Em nove deles, inclusive, a diferença chega a ser o dobro. É o caso, por exemplo, da Bahia, do Espírito Santo, do Mato Grosso, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de São Paulo e de Rondônia.

(...) CONTINUA... Leia mais...

(Fonte: https://blog.sajadv.com.br/desafios-conquistas-mulher-advogada/, data de acesso: 12/12/2020)