Jornal Espaço Mulher


Edição nº 73 - de 15 de Fevereiro de 2008 a 14 de Março de 2008

Olá Leitores!

Campanhas de Políticas Públicas e agradecimentos

CAMPANHAS PARA A PRESERVAÇÃO DA SAÚDE FEMININA

Atualmente os noticiários bem demonstram o envolvimento de algumas jovens em acidentes de automóveis e em outras transgressões sociais, em que se observa o aumento do consumo da bebida alcoólica.

Além disso, pode-se notar a presença de mulheres fumantes pelas ruas, provavelmente pela proibição de fumar em ambientes públicos, restaurantes etc.

Há também o oferecimento de vários estimulantes para o consumo de “produtos milagrosos” que emagrecem, ou desestressam, e até embelezam etc. que com intensa propaganda promovem suas alterações na qualidade de vida.

Todas as situações aqui citadas são motivos para que haja campanhas de esclarecimento público em campanhas que promovam uma melhor conscientização para as mulheres, principalmente, no que tange a preservação da saúde das jovens as quais estão mais vulneráveis a esses apelos, e ainda não possuem o espírito crítico para discernir e resistir ao consumo e modismos.

CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA ECONÔMICA E VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA AS MULHERES

Em dezembro de 2007 tivemos a iniciativa em um evento de lançarmos a Campanha Contra a Violência Econômica e Violência Psicológica contra as Mulheres. Como o resultado demonstrou ser favorável provocamos uma pesquisa inicial com algumas perguntas, cujas respostas não só confirmaram, mas até surpreenderam em relação ao que foi apresentado. Muitas mulheres ainda um tanto intimidadas nos explicaram o que estão vivenciando, as dificuldades encontradas em seus recintos profissionais, principalmente, e os respectivos abusos a que estão sendo submetidas.

Algumas das informações ainda estão tão em caráter sigiloso, e passaram a ser estudadas, para que junto com uma equipe multidisciplinar possam ser encontradas novas soluções, de modo a não prejudicá-las ainda mais. No entanto, queremos afirmar o nosso sigilo e a continuidade da campanha, assim como estamos recebendo novas informações, depoimentos, e colaboradores /as para que possamos juntos elaborar novas diretrizes para políticas públicas, principalmente, se afetam coletivos.

AGRADECIMENTOS

Declinar o nome de todas as pessoas (homens e mulheres) que colaboraram com o projeto ESPAÇO MULHER, durante os seus 21 anos desde a elaboração até este momento, nas suas mais diversas fases é uma tarefa quase impossível, pois foram milhares e milhares de atitudes, que nos beneficiaram ao longo desta missão que abraçamos. Mas, queremos afirmar que tudo foi registrado, cada momento, cada gesto, cada incentivo, tudo, das mínimas as máximas colaborações, desde a vida familiar até as que se expandiram para o exterior do país.

 Ainda não se inventou um meio de expor gratidão eterna, exceto aquela que, de quem a recebe, inscrevê-la em seu coração, registrá-la na alma, e transpirá-la para a bondade social, renovando todos os gestos de bondade recebida.

Assim é que nos sentimos muito emocionadas/os, principalmente, pela solidariedade demonstrada nos momentos difíceis que vivenciamos. Portanto, cada gesto recebido fez parte da construção deste ideal ESPAÇO MULHER, ao qual nos dedicamos muito nele, e que agora vemos refletir inovações sociais e políticas em alguns benefícios para as mulheres.

Que cada pessoa receba milhões de vezes tudo o que nos proporcionou ao longo destes 21 anos ESPAÇO MULHER, tanto em bênçãos materiais quanto espirituais.

Parabéns a todos os homens que sabem tratar bem as mulheres com as quais convivem em seu ambiente familiar, social, profissional etc.

Parabéns a todas as mulheres que sabem aproveitar todas as oportunidades de construção para uma nova sociedade mais humana, plena e feliz.

Parabéns pelo dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher - e pelos 21 anos do Projeto ESPAÇO MULHER.

Abraço fraternal de Elisabeth Mariano e equipe ESPAÇO MULHER.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

ENCONTRO NACIONAL DE JOVENS FEMINISTAS

Entre os dias 15 e 18 de fevereiro, acontecerá em Fortaleza (CE) o I Encontro Nacional de Jovens Feministas. A iniciativa, que terá a participação de aproximadamente cem mulheres jovens, tem por objetivo consolidar a criação da Articulação Brasileira de Jovens Feministas e fortalecer a agenda política para as mulheres jovens. O encontro conta com o apoio da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres e da Secretaria Nacional de Juventude, ambas do governo federal.

Mais informações: jovensfeministas.brasil@gmail.com.

(Fonte: Informes Abong – Nº 414)

JOARA CHAVES - PALESTRANTE NA BPW/SP

Durante o almoço de sócias da BPW/SP, em 23 de fevereiro ocorrerá a palestra da associada Joara Chaves (economista, adesguiana, Título de mestre em xadrez internacional feminino, árbitra internacional da FIDE e IBCA, 6ª melhor jogadora do mundo no 3º tabuleiro na Olimpíada Mundial de Novi Sad (Iugoslávia) Recordista brasileira em participações mundiais de xadrez entre outros títulos), abordará o tema: "Auto Desenvolvimento e Conhecimento através do Xadrez".

(Fonte – convite de Márcia Kitz – presidenta/ e e-mail bpwsp@bpwsp.org.br)

DIA INTERNACIONAL DA MULHER VEM AÍ

O “dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher) será marcado pela luta e mobilização das mulheres. Em São Paulo, a concentração está marcada para as 10h30, na Praça Ramos, em frente ao Teatro Municipal. O eixo do ato público é: "Mulheres feministas anticapitalistas em luta por igualdade, autonomia e soberania popular". As reuniões de organização do ato acontecem às quintas-feiras, às 18h, no CIM (Centro de Informação da Mulher), na Praça Roosevelt”. Para mais informações, ligue para 3819-3876.

(Fonte: Boletim Informativo - Carlos Neder)

CIDADES REALIZAM CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DE JUVENTUDE

“Prevista para acontecer de 27 a 30 de abril deste ano, a I Conferência Nacional de Juventude mobiliza várias cidades brasileiras. No início de fevereiro, o município de Feira de Santana (interior da Bahia) realizou a 1ª Conferência Municipal de Políticas de Juventude; a seguir foi a vez do município de Embu das Artes (interior de São Paulo) realizar a sua. Todas essas conferências acontecem como etapas preparatórias para a nacional, que pretende reunir milhares de jovens de todo o país, em Brasília.

"Trabalho, sexualidade, política, drogas, educação. Esses são só alguns dos assuntos que rodeiam a vida, principalmente da juventude, e que não têm recebido grande atenção. Por conta desse tratamento superficial, os jovens não desfrutaram de políticas públicas pensadas e feitas para e, principalmente, por eles e elas", assim se anuncia a convocatória para o encontro baiano, que acontecerá no Colégio Luis Eduardo Magalhães.

Seguindo o mesmo tom, o encontro do interior de São Paulo também quer concentrar todas as atividades para o esclarecimento da juventude em torno das políticas públicas. "O objetivo principal do evento é a mobilização da juventude para a definição das prioridades para as políticas públicas de juventude e a eleição dos delegados para a etapa nacional da Conferência, marcada para 27 a 30 de abril em Brasília", afirmam os organizadores.”

Informações sobre o calendário das conferências municipais em www.juventude.gov.br.

(Fonte: www.adital.com.br)

TENDA VERMELHA 2008 - 1º CURSO PARA MULHERES DE 14 A 90 ANOS

A Tenda Vermelha 2008 / I. Curso para mulheres de 14 a 90 anos, sobre mulheres é ministrado por mulheres. Internacional e bilíngue (português e espanhol) tem tido sucesso além das expectativas, conforme podem ler em “Testemunhos da Tenda Vermelha 2007”.

Início dia 03 de Março. Valores reduzidos até dia 08/02.

Programação, datas e valores. Informações em contato@amigasdoparto.org.br.

(Fonte: assessoria de imprensa www.amigasdoparto.org.br)

CURSO PARA CONSELHEIROS EM DIREITOS HUMANOS

“Capacitar e sensibilizar funcionários e servidores da Prefeitura de São Paulo para os direitos fundamentais da pessoa é a proposta central do Curso de Conselheiros em Direitos Humanos que, contempla ainda como público-alvo aqueles que atuam como conselheiros da sociedade civil. A Comissão Municipal de Direitos Humanos (CMDH) traz o curso para propiciar uma atuação dos participantes, no papel de protagonistas no campo da gestão de direitos humanos, no âmbito dos serviços municipais. O curso será ministrado à distância, via internet”. Para mais informações, ligue para 0800-7701-445.

(Fonte: Boletim Informativo - Carlos Neder)

ATIVISTAS DA CAMPANHA GLOBAL PELA EDUCAÇÃO EM SP

De “22 a 24 de janeiro, São Paulo recebeu mais de 150 ativistas e educadores/as de cerca de cem países para a 3ª Assembléia Geral da Campanha Global pela Educação (CGE). Criada por organizações da sociedade civil do mundo todo por ocasião da última Cúpula Mundial de Educação da Unesco, ocorrida em 2000 (Dakar, Senegal), a CGE é a principal força social de monitoramento e pressão sobre os governos signatários do Plano de Metas Educação Para Todos (EPT) da ONU. A organização do evento está a cargo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, membro da direção da Campanha Global desde a sua criação.”

Mais informações com Edilene. e-mail: coordenacao@campanhaeducacao.net.

(Fonte: Informe s ABONG – Nº 414)

SPM INCENTIVA AS MULHERES PARA CANDIDATAREM-SE ÀS ELEIÇÕES MUNICIPAIS EM TODO O PAÍS

A “SPM /Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres realizará campanha publicitária em rádio e TV para incentivar mulheres a se candidatarem nas eleições municipais de outubro, e também lançará edital para capacitação e treinamento de candidatas ao pleito de 2008. A campanha será suprapartidária e estimulará mulheres a ingressarem nas agremiações políticas e se candidatarem a cargos de representação e executivos.

Existe um amplo espaço na política para ser ocupado pelas mulheres: 67% dos brasileiros acham que uma presença mais forte do público feminino melhoraria o nível da política no País, segundo pesquisa Ipsos. Num cenário de decepção com os rumos políticos, 58% dos eleitores brasileiros acham que a participação da mulher na política é "menor do que deveria ser". Em universo similar 57% dizem que já votaram em alguma candidata. Entretanto, o estudo revelou pontos que mostram aspectos preservados de preconceito. Se 68% dos brasileiros rechaçam o velho chavão de que "política é coisa pra homem", 31% dos eleitores do País, quase um terço do eleitorado, ainda endossam o velho ditado e formam o epicentro do grupo de rejeição às mulheres na política.

Votar ou não numa mulher, para o eleitor brasileiro, depende do nível do cargo: 80% votariam numa mulher para vereadora, mas o porcentual se reduz para cargos de maior escalão: 78% votariam numa mulher para prefeita; 76%, para deputada estadual; 75%, para deputada federal; 73%, para senadora; 72%, para governadora de Estado; e, finalmente, 69%, para presidente da República. Na contramão, 19% ainda negam o voto a uma mulher candidata a vereadora e 30% dizem que não votariam numa mulher para presidente. A pesquisa ouviu 1.000 eleitores numa amostra representativa do eleitorado, entre 11 e 17 de dezembro, com margem de erro de 3 pontos porcentuais.

Um levantamento divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revela que, em janeiro de 2007, havia 125.988.820 de eleitores. Em dezembro, este número subiu para 127.464.143. O maior aumento percentual do eleitorado ocorreu entre os brasileiros que vivem no exterior. Em janeiro de 2007, o grupo somava 86.202 pessoas. Em dezembro, eram 104.660 brasileiros residentes em outros países aptos a votar. Para o TSE, o índice pode ser fruto de uma campanha realizada no fim de 2007, convocando eleitores brasileiros no exterior a regularizar sua situação nas embaixadas.

Segundo o TSE, a Região Sudeste continua com o maior eleitorado: 55.718.468 (43%). O Nordeste vem em seguida, com 34.377.377 eleitores (26%). A Região Sul tem 19.253.565 eleitores (15%). Depois vêm a Região Norte, com 9.035.904, e a Centro-Oeste, com 8.974.169 - ambos com 7% do eleitorado. Pará e Amazonas são recordistas no aumento do número de eleitores em 2007. O crescimento foi de 2,94% e 2,54%, respectivamente. São Paulo continua sendo o estado com o maior número de eleitores. São 28.553.481.

(Fonte: Boletim Informativo Mulheres em Pauta - edição nº 44 – Brasília - 25/1/2008)

LITERATURA PROMOVE A INCLUSÃO

“São três coleções com até 60 títulos para escolas com matrículas na educação infantil, ensinos fundamental e médio, que além de qualificar os acervos das bibliotecas escolares para uso dos estudantes, o PNBE/Esp também vai apoiar com obras de orientação pedagógica os 54.625 professores que trabalham nessas escolas. De acordo com a diretora de políticas da educação especial da Secretaria de Educação Especial, Cláudia Griboski, os livros de orientação serão instrumentos de leitura, informação, pesquisa e reunião pedagógica dos docentes. A iniciativa tem o objetivo de fortalecer as políticas de inclusão e contribuir para melhorar a qualidade do ensino.

Para executar o programa, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) está recebendo inscrição de obras de orientação pedagógica e de literatura até 17 de março. Os autores podem inscrever de livro digital em Língua Brasileira de Sinais (Libras) a livro em braille, em áudio, impresso, em CD, de forma a atender todos os tipos de necessidades especiais. O edital descreve as peculiaridades das obras e o tamanho dos acervos a serem selecionados: até 60 livros para a educação infantil e a mesma quantidade para os ensinos fundamental e médio. Segundo Cláudia Griboski, as escolas que aparecem no censo escolar com matrículas de alunos com necessidades especiais receberão os três acervos.

No formato de coleção, esta é a primeira iniciativa do Ministério da Educação, mas desde 2005 são enviados às escolas livros para uso de professores e alunos. Em 2005 e 2006, as escolas com matrículas de alunos surdos receberam uma coleção com dez títulos de literatura digital em Libras; e as com matrículas de cegos, títulos paradidáticos em braille.

Atribuições — No edital, o FNDE tem entre suas atribuições receber a pré-inscrição das obras, adquiri-las e enviá-las às escolas. Caberá à comissão de avaliação e seleção da Secretaria de Educação Especial fazer a avaliação pedagógica e a seleção dos livros a serem adquiridos pelo MEC. A previsão é que as coleções cheguem às escolas entre agosto e outubro deste ano.

Dados do Censo Escolar de 2006 indicam que estão matriculados na educação básica 700.624 estudantes da educação especial, atendidos em 54.412 escolas públicas ou especializadas sem fins lucrativos. Por nível de ensino, o censo escolar aponta 466.155 matrículas na educação infantil e no ensino fundamental; 14.150 no ensino médio; 48.911 na educação profissional; e 58.420 na educação de jovens e adultos.”

(Fonte: Ionice Lorenzoni - Escola – Educação Especial (PNBE/Esp). http://portal.mec.gov.br/seesp/index.php?option=com_content&task=view&id=9791&interna=6 de 22/01/2008 in iNFO ATiVO DEFNET Nº 3039 - ano 12 - fevereiro de 2008 - edição extra - www.defnet.org.br)

TJMG DETERMINA APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA

A “4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) declarou a constitucionalidade dos dispositivos da Lei Maria da Penha, nº 11.340/06, e determinou que o juiz da 1ª Vara Criminal e de Menores de Sete Lagoas, Edílson Rodrigues, analise as medidas protetivas (afastamento do agressor do lar, separação de corpos) requeridas por uma doméstica, que sofre violência praticada por seu companheiro.

No recurso do Ministério Público ao Tribunal de Justiça, o desembargador Ediwal José de Morais ponderou que os artigos da Lei Maria da Penha diminuem a discrepância de poder entre homem e mulher. Para o desembargador, a Lei é um "meio adequado para se garantir a isonomia entre homens e mulheres, prevista no art. 5º, inc. I, da Constituição da República de 1988.”

(Fonte: Boletim Informativo Mulheres em Pauta - edição nº 44 – Brasília - 25/1/2008)

11ª CONFERÊNCIA DIREITOS HUMANOS

A “Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) promoveu no dia 24de janeiro, uma oficina que discutirá a 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos. O encontro aconteceu na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e terá a participação do Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos, ambos integrantes do grupo de trabalho de organização da conferência. Após o encontro, a SEDH divulga as datas das conferências nos Estados, o texto-base e as ações de mobilização para a conferência nacional – prevista para ocorrer em dezembro deste ano, em Brasília. A SEDH publicou nota sobre o evento.”

(Fonte: De Olho em Brasília 337 - 21/1/2008)

HOMEM TEM DIREITO À PENSÃO ALIMENTÍCIA SE FOR INCAPAZ DE TRABALHAR

“Ainda que esteja cursando faculdade, se o homem possui 30 anos de idade e não demonstrou incapacidade para o trabalho, deve o seu genitor ser exonerado da obrigação de pagar alimentos. Esse é o entendimento da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que, por unanimidade, improveu o recurso interposto por um homem de 30 anos que buscou, sem êxito, reverter decisão de Primeira Instância que havia suspendido o pagamento da pensão alimentícia.

De acordo com o relator do recurso, juiz substituto de 2º grau José Mauro Bianchini Fernandes, para um homem com 30 anos de idade, ainda que desempregado, mas que não comprovou a impossibilidade de trabalhar, não há dúvida da exoneração do genitor em pagar-lhe os alimentos. "Até porque o filho não pode ficar a vida toda auferindo renda a mercê do seu genitor, sem buscar o seu próprio sustento, da mesma forma que não pode o genitor ter a obrigação eterna de pagar alimentos ao filho com capacidade para o trabalho", ressaltou o magistrado.

Em Segunda Instância, o filho interpôs recurso de apelação em face da ação de exoneração de prestação alimentícia do pai em relação aos seus três filhos, que fora julgada procedente. No processo, ele afirmou que não tem renda própria, que cursa faculdade de direito e sofre de uma doença hereditária, razão pela qual buscou a reforma de sentença para continuar a receber a pensão alimentícia. Nas contra-razões, o pai requereu a manutenção da sentença.

Segundo o juiz José Mauro Fernandes, a sentença proferida em Primeira Instância está embasada na comprovada maioridade do apelante, na comprovação de que o pai está acometido de grave doença e passa por tratamento médico, além de o filho não ter comprovado sua impossibilidade de trabalhar. "Da análise dos autos, verifico o acerto da decisão, uma vez que apesar de o apelante comprovar que está cursando a faculdade, ele possui 30 anos de idade e não demonstrou que pela sua doença está inválido para o trabalho", assinalou.

Em seu voto, o magistrado destacou o artigo 227 da Constituição Federal, que assinala que 'é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão'.

"O fato de estar cursando a faculdade não é impedimento para exonerar o genitor de pagar alimentos a este filho, com 30 anos de idade, que possui a mesma doença sua, é muito mais jovem,e não comprovou a ausência de capacidade para o trabalho. Enfim, o apelante pode e deve procurar meios de sobrevivência sem depender de pensão do seu genitor",finalizou o juiz relator, ao negar provimento ao recurso interposto.

Também participaram do julgamento os desembargadores Licínio Carpinelli Stefani (revisor) e Jurandir Florêncio de Castilho (vogal).”

(Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso - 01/02/2008 in www.espacovital.com.br 05/02/08)

FAMÍLIA NORMAL?

Autora: Maria Berenice Dias *

Será que hoje em dia alguém consegue dizer o que é uma família normal? Depois que a Constituição trouxe o conceito de entidade familiar, reconhecendo não só a família constituída pelo casamento, mas também a união estável e a chamada família monoparental - formada por um dos pais com seus filhos -, não dá mais para falar em família, mas em famílias.

Casamento, sexo e procriação deixaram de ser os elementos identificadores da família. Na união estável não há casamento, mas há família. O exercício da sexualidade não está restrito ao casamento - nem mesmo para as mulheres -, pois caiu o tabu da virgindade. Diante da evolução da engenharia genética e dos modernos métodos de reprodução assistida, é dispensável a prática sexual para qualquer pessoa realizar o sonho de ter um filho.

Assim, onde buscar o conceito de família? Esta preocupação é que ensejou o surgimento do IBDFAM - Instituto Brasileiro do Direito de Família, que há 10 anos vem demonstrando a necessidade de o direito aproximar-se da realidade da vida. Com certeza se está diante um novo momento em que a valorização da dignidade humana impõe a reconstrução de um sistema jurídico muito mais atento aos aspectos pessoais do que a antigas estruturas sociais que buscavam engessar o agir a padrões pré-estabelecidos de comportamento. A lei precisa abandonar o viés punitivo e adquirir feição mais voltada a assegurar o exercício da cidadania preservando o direito à liberdade.

Todas estas mudanças impõem uma nova visão dos vínculos familiares, emprestando mais significado ao comprometimento de seus partícipes do que à forma de constituição, à identidade sexual ou à capacidade procriativa de seus integrantes. O atual conceito de família prioriza o laço de afetividade que une seus membros, o que ensejou também a reformulação do conceito de filiação que se desprendeu da verdade biológica e passou a valorar muito mais a realidade afetiva.

Apesar da omissão do legislador o Judiciário vem se mostrando sensível a essas mudanças. O compromisso de fazer justiça tem levado a uma percepção mais atenta das relações de família. As uniões de pessoas do mesmo sexo vêm sendo reconhecidas como uniões estáveis. Passou-se a prestigiar a paternidade afetiva como elemento identificador da filiação e a adoção por famílias homoafetivas se multiplicam.

Frente a esses avanços soa mal ver o preconceito falar mais alto do que o comando constitucional que assegura prioridade ab soluta e proteção integral a crianças e adolescentes. O Ministério Público, entidade que tem o dever institucional de zelar por eles, carece de legitimidade para propor demanda com o fim de retirar uma criança de 11 meses de idade da família que foi considerada apta à adoção.

Não se encontrando o menor em situação de risco, falece interesse de agir ao agente ministerial para representá-lo em juízo. Sem trazer provas de que a convivência familiar estava lhe acarretando prejuízo, não serve de fundamento para a busca de tutela jurídica a mera alegação de os adotantes serem um "casal anormal, sem condições morais, sociais e psicológicas para adotar uma criança". A guarda provisória foi deferida após a devida habilitação e sem qualquer subsídio probatório, sem a realização de um estudo social ou avaliação psicológica, o recurso interposto sequer poderia ter sido admitido.

Se família é um vínculo de afeto, se a paternidade se identifica com a posse de estado, encontrando-se há 8 meses o filho no âmbito de sua família, arrancá-lo dos braços de sua mãe, com quem residia desde quando tinha 3 meses, pelo fato de ser ela transexual e colocá-lo em um abrigo, não é só ato de desumanidade. Escancara flagrante discriminação de natureza homofóbica. A Justiça não pode olvidar que seu compromisso maior é fazer cumprir a Constituição que impõe respeito à dignidade da pessoa humana, concede especial proteção à família como base da sociedade e garante a crianças e adolescentes o direito à convivência familiar.

* Desembargadora do Tribunal de Justiça do RS e Vice-Presidente Nacional do IBDFAM.

(Fonte: Adital – de 29.01.08- http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=31463)

Livro: Yoga Cristã e a espiritualidade de Santo Inácio de Loyolla

Autores: Maria Xavier Roque; Pe. Haroldo Rahm, SJ e Núbia Maciel França.

Edições Loyolla.

Livro: Tarefa conjugal: Comunidade de vida e amor

Autor: Taques Jr. Dewet Virmond.

Edições Loyolla.

Livro: O casamento feliz

Autor: Ignácio Larrañaga.

Edições Loyolla.