Jornal da Mulher Brasileira


Edição nº 111 - de 15 de Abril de 2011 a 14 de Maio de 2011

Olá Leitores!

Arte, Sociologia, Filosofia, Psicologia, Religião, Política, Direitos Humanos precisam ser ensinados na Infância?

Os lançamentos de equipamentos de jogos virtuais e acesso a redes sociais, em que crianças e adolescentes passam maior parte dos eu tempo em direcionamento nas viagens da fantasia tecnológica, o longo tempo gastos em conduções e trânsito nos acessos para a escola, uma falta de direcionamento para a recreação escolar “enturmando” e a pouca formação de equipes para pesquisas, experimentos, incentivo a criatividade, além de pais que ausentes entregam seus filhos aos cuidados de motoristas que os levam para a escola, ou de acompanhantes que nem sempre tem boa base para alicerçar o processo educacional, são alguns dos graves problemas que ocorrem na contemporaneidade.

Discussão sobre a formação ser ampliada com noções conceitos que humanizariam mais o aprendizado, inclusive levando a criança e os jovens a refletir, agir, e saber lidar com a criatividade, o debate, ao respeito com outros, principalmente com as diferenças, e além disto ter a noção de punição quando rompem-se os parâmetros da lei, estão incluídas no acréscimo das disciplinas: Arte, Sociologia, Filosofia, Psicologia, Religião, Política, Direitos Humanos.

Para quê perguntam alguns que são adeptos do “copismo e do non sense”, e que procuram ocupar os espaços intelectuais com informações que para nada servem na prática para “sobreviver” ao dia a dia das grandes cidades, e diante dos impactos mundiais que cada vez exigem que as pessoas detenham conhecimentos além do que já passou na história, e de todas as capitais e bandeiras no mundo, assim como cálculos que jamais precisará. Exceto, é óbvio, que esses conhecimentos venham ser direcionados para alguma profissão e carreira acadêmica, que possa ser escolhida. Alguns adolescentes nota dez em todas as disciplinas sequer conseguem fazer a mínima ponderação sobre si mesmo, ou sobre o que ocorre na sociedade e no mundo, Não sustentam um diálogo de dez minutos, não possuem um engajamento social na igreja, clube etc. onde exercitem o trabalho em grupo e acesso a liderança dentro de uma realidade que lhe rodeia, não tem meios argumentativos para defender uma idéia própria por mais “infantil” que possa ser, e muito menos ainda apresentam algo que tenham sido estimulados pela criatividade artística, por exemplo.

Sem dúvida, diante dos argumentos observados, e do que transcorre nos levantamentos feitos por observadores e especialistas no assunto, é preciso uma reforma de conteúdo programático e do sistema de ensino, adequado para os tempos atuais, enfrentando as ofertas e adversidades contemporâneas, que afastam da escola, e, principalmente é preciso preparar para o enfrentamento na competição globalizada, e para a liderança.

Com este reflexão entregamos para você as notícias desta edição com um fraternal abraço, Elisabeth Mariano e equipe Jornal da Mulher Brasileira.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

Principal causa da confusão mental nos idosos

Sempre que dou aula de clínica médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta:

- Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental? *

Alguns arriscam: *"Tumor na cabeça".

Eu digo: "Não".

Outros apostam: "Mal de Alzheimer"

Respondo, novamente: "Não".

A cada negativa a turma se espanta...

E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns:

- diabetes descontrolado; - infecção urinária; - a família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos.

Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez.

A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo.

Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos "batedeira"), angina (dor no peito), coma e até morte.

Insisto: não é brincadeira.

Na melhor idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água no corpo. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento.

Portanto, os idosos têm menor reserva hídrica.

Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.

Conclusão:

Idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo.

Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.

Por isso, aqui vão dois alertas:

1 - O primeiro é para vovós e vovôs (nós mesmos): tornem voluntário o hábito de beber líquidos.

Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco,leite. Sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi,laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada duas horas,botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!

2 - Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção.

É quase certo que sejam sintomas decorrentes de desidratação.

"Líquido neles e rápido para um serviço médico".

(*) Arnaldo Lichtenstein (46), médico, é clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

(Fonte: Enviado pelo usuário assistiva, no dia 30/03/11)

Internação à força de dependente de crack

Reconhecendo a "situação emergencial", de dependente químico que põe em risco a si próprio e à sua mãe, o desembargador Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, da 7ª Câmara Cível do TJRS, deferiu o pleito de condução para avaliação psiquiátrica e, internação compulsória, se necessária - com determinação de uso de força policial caso necessário - de um jovem, usuário de crack, que se nega a submeter-se à consulta médica.

O caso é oriundo da comarca de Erechim (RS). A mãe ingressou com recurso contra a sentença que "ante a inexistência de documento contendo recomendação médica" julgou improcedente a ação de internação compulsória proposta em favor de seu filho.

Anteriormente, a juíza de primeiro grau Marli Inês Miozzo, da 3ª Vara Cível de Erechim, deferira o pedido liminar para avaliação do paciente. Este admitiu ao médico clínico geral e à psicóloga que "faz uso diário de crack". Na ocasião, ele decidiu que "não aceita fazer os tratamentos propostos pela equipe".

O juízo singular, a seguir, julgou improcedente a ação, sob o fundamento de que - conforme o referido atendimento - a pretendida internação compulsória seria de baixa resposta terapêutica, já que o requerido não aceita submeter-se a tratamento.

Em segundo grau, o procurador de justiça Roberto Badeira Pereira, sustentou que “ao contrário do entendimento do Juízo, verifica-se, simplesmente, a existência de informação imprecisa a respeito do paciente e a inexistência de atestado médico certificando sobre a necessidade de internação em hospital psiquiátrico".

O parecer propôs que fosse reformada a sentença, "para que seja determinada a condução coercitiva do jovem, a fim de ser submetido à avaliação psiquiátrica, com elaboração de laudo, por profissional especializado e, caso constatada a necessidade, seja efetivada sua internação compulsória”.

Em decisão monocrática, o desembargador Vasconcellos Chaves reconhece que "assiste razão à mãe recorrente, pois, tratando-se de pessoa com dependência química, e sendo pobre a família, é cabível determinar a avaliação médica com elaboração de laudo, por profissional especializado e, se necessária, a sua internação compulsória, a fim de que se submeta ao tratamento necessário, como forma de proteção não apenas ao indivíduo, mas também da sua família e da própria sociedade".

Os defensores públicos Monica Elisa Steffen e Pedro José Amorim Smaniotto atuam em nome da mãe. (Proc. nº 70038824462).

“Brincadeiras não se confundem com as das características analisadas, causadoras de dano moral em elevado grau, onde incluído o dano à imagem e à privacidade”, afirmou o magistrado. O constrangimento não se desfaz, para o ministro, com a utilização de mosaicos na imagem veiculada, posto que a vítima sofreu abalo quando da realização da brincadeira.

O acórdão ainda não foi publicado. (REsp n. 1095385 - com informações do STJ).”

(Fonte: http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=23003, de 12/04/2011)

Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação acontecerá entre os dias 14 e 17 de abril

A décima edição da Reatech - Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade - acontecerá de 14 a 17 de abril. O evento irá traz cases de empresas que buscam promover a integração das pessoas com deficiência física na sociedade.

Para essa edição, a feira conta com mais de 250 expositores e a expectativa reune mais de 45 mil visitantes durante seus quatro dias.

Além da exposição de produtos, haverá apresentações culturais de artes cênicas e grupos de dança, atividades com animais de estimação, equoterapia, galeria de arte, parque infantil adaptado, test-drive de veículos adaptados. Também serão apresentadas palestras, congressos médicos, seminários e atividades abertas ao público.

O mercado de produtos e serviços para reabilitação movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão no País, sendo R$ 200 milhões só com vendas de cadeiras de rodas e mais de R$ 800 milhões em automóveis e adaptações veiculares. No Brasil, aproximadamente 15% da população possui alguma deficiência e cerca de 500 pessoas todos os dias adquirem algum tipo de deficiência física.

Maiores informações podem ser obtidas no portal da feira Reatech ou pelo telefone (11) 5585.4355.

(Fonte: Administradores, Enviado pelo usuário assistiva, no dia 04/04/11. http://www.assistiva.org.br/noticia/004123-feira-internacional-de-tecnologias-em-reabilitacao-acontecera-entre-os-dias-14-e-17)

Seminário internacional – “As redes educativas e as tecnologias: práticas/teorias sociais na contemporaneidade”

UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Faculdade de Educação

6 a 9 de junho de 2011.

“Cresce na contemporaneidade o debate sobre a pluralidade do mundo, dos conhecimentos que nele circulam e se enredam para além do conhecimento científico, até recentemente considerado como única forma de conhecimento válida e universal.

Se, historicamente, epistemicídios de toda sorte (1) foram cometidos, somos hoje capazes de reconhecer diferentes modos de conhecer o mundo e de com ele dialogar, diferentes práticas/teorias sociais em embate e diálogo no mundo acadêmico e cotidiano. Vivemos hoje um momento histórico em que a crise do paradigma hegemônico vem sendo acompanhada pelo crescimento desses estudos e debates em torno dessa multiplicidade de práticas/teorias sociais nos diferentes campos de estudo, dentre eles na Educação.

Assim, em sua sexta edição, os organizadores do Seminário Internacional "As redes educativas e as tecnologias", na tradição das preocupações sociais e culturais que vêm dedicando aos problemas educativos desde sua primeira edição, se propõem a discutir a contemporaneidade com suas múltiplas e diferenciadas práticas/teorias sociais em diferentes redes educativas.

Situando-se aquém ou além da "opinião" que se tem na conta de "científica", o senso comum, em sua sabedoria ancestral, não se deixa perturbar pelo dever ser e, assim, reconhece o que é ou está. Paul Ricoeur deu a isso o nome de "discursividade primordial do vivido". Michel Maffesoli

1. Santos, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice - o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.

Os objetivos principais desta sexta edição do seminário são:

(Fonte: INFOATIVO.DEFNET Nº 4511 - ano 15 - 10/04/2011 - Edição Extra- Editor Responsável - Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade - CREMESP 103282 - http://infoativodefnet.blogspot.com - http://www.defnet.org.br)

Pesquisa:

Fenômeno Bullying e as suas conseqüências psicológicas

(*) Cleodelice Aparecida Zonato Fante *

“Na atualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais, o interesse de profissionais das áreas de educação e saúde, em todo o mundo, é sem dúvida, o do bullying escolar. Termo encontrado na literatura psicológica anglo-saxônica, que conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais, em estudos sobre o problema da violência escolar.

Sem termo equivalente na língua portuguesa, define-se universalmente como “um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angústia e sofrimento”. Insultos, intimidações, apelidos cruéis e constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do comportamento bullying.

O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, seja a propriedade de causar “traumas” ao psiquismo de suas vítimas e envolvidos. Possui ainda a propriedade de ser reconhecido em vários outros contextos, além do escolar: nas famílias, nas forças armadas, nos locais de trabalho (denominado de assédio moral), nos asilos de idosos, nas prisões, nos condomínios residenciais, enfim onde existem relações interpessoais.

Estudiosos do comportamento bullying entre escolares identificam e classificam assim os tipos de papéis sociais desempenhados pelos seus protagonistas: “vítima típica”, como aquele que serve de bode expiatório para um grupo; “vítima provocadora”, como aquele que provoca determinadas reações contra as quais não possui habilidades para lidar; “vítima agressora”, como aquele que reproduz os maus-tratos sofridos; “agressor”, aquele que vitimiza os mais fracos; “espectador”, aquele que presencia os maus-tratos, porém não o sofre diretamente e nem o pratica, mas que se expõe e reage inconscientemente a sua estimulação psicossocial.

Trata-se de um problema mundial, encontrado em todas as escolas, que vem se disseminado largamente nos últimos anos e que só recentemente vem sendo estudado em nosso país. Em todo o mundo, as taxas de prevalência de bullying, revelam que entre 5% a 35% dos alunos estão envolvidos no fenômeno. No Brasil, através de pesquisas que realizamos, inicialmente no interior do estado de São Paulo, em estabelecimentos de ensino públicos e privados, com um universo de 1.761 alunos, comprovamos que 49% dos alunos estavam envolvidos no fenômeno. Desses, 22% figuravam como “vítimas”; 15% como “agressores” e 12% como “vítimas-agressoras”.

Segundo especialistas, as causas desse tipo de comportamento abusivo são inúmeras e variadas. Deve-se à carência afetiva, à ausência de limites e ao modo de afirmação de poder e de autoridade dos pais sobre os filhos, por meio de “práticas educativas” que incluem maus-tratos físicos e explosões emocionais violentas. Em nossos estudos constatamos que 80% daqueles classificados como “agressores”, atribuíram como causa principal do seu comportamento, a necessidade de reproduzir contra outros os maus-tratos sofridos em casa ou na escola. Em decorrência desse dado extremamente relevante, nos motivamos em pesquisas e estudos, que nos possibilitou identificar a existência de uma doença psicossocial expansiva, desencadeadora de um conjunto de sinais e sintomas, a qual denominamos SMAR - Síndrome de Maus-tratos Repetitivos.

O portador dessa síndrome possui necessidade de dominar, de subjugar e de impor sua autoridade sobre outrem, mediante coação; necessidade de aceitação e de pertencimento a um grupo; de auto-afirmação, de chamar a atenção para si. Possui ainda, a inabilidade de expressar seus sentimentos mais íntimos, de se colocar no lugar do outro e de perceber suas dores e sentimentos.

Esta Síndrome apresenta rica sintomatologia: irritabilidade, agressividade, impulsividade, intolerância, tensão, explosões emocionais, raiva reprimida, depressão, stress, sintomas psicossomáticos, alteração do humor, pensamentos suicidas. É oriunda do modelo educativo predominante introjetado pela criança na primeira infância. Sendo repetidamente exposta a estímulos agressivos, aversivos ao seu psiquismo, a criança os introjeta inconscientemente ao seu repertório comportamental e transforma-se posteriormente em uma dinâmica psíquica “mandante” de suas ações e reações. Dessa forma, se tornará predisposta a reproduzir a agressividade sofrida ou a reprimi-la, comprometendo, assim, seu processo de desenvolvimento social.

As conseqüências para as “vítimas” desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar. No âmbito da saúde física e emocional, a baixa na resistência imunológica e na auto-estima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e o suicídio.

Para os “agressores”, ocorre o distanciamento e a falta de adaptação aos objetivos escolares, a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder, o desenvolvimento de habilidades para futuras condutas delituosas, além da projeção de condutas violentas na vida adulta. Para os “espectadores”, que é a maioria dos alunos, estes podem sentir insegurança, ansiedade, medo e estresse, comprometendo o seu processo socioeducacional.

Este fenômeno comportamental atinge a área mais preciosa, íntima e inviolável do ser, a sua alma. Envolve e vitimiza a criança, na tenra idade escolar, tornando-a refém de ansiedade e de emoções, que interferem negativamente nos seus processos de aprendizagem devido à excessiva mobilização de emoções de medo, de angústia e de raiva reprimida. A forte carga emocional traumática da experiência vivenciada, registrada em seus arquivos de memória, poderá aprisionar sua mente a construções inconscientes de cadeias de pensamentos desorganizados, que interferirão no desenvolvimento da sua autopercepção e auto-estima, comprometendo sua capacidade de auto-superação na vida.

Dependendo do grau de sofrimento vivido pela criança, ela poderá sentir-se ancorada a construções inconscientes de pensamentos de vingança e de suicídio, ou manifestar determinados tipos de comportamentos agressivos ou violentos, prejudiciais a si mesma e à sociedade, isto se não houver intervenção diagnóstica, preventiva e psicoterápica, além de esforços interdisciplinares conjugados, por toda a comunidade escolar. Nesse sentido podemos citar as recentes tragédias ocorridas em escolas, como por exemplo, Columbine (E.U.A.); Taiuva (SP); Remanso (BA), Carmen de Patagones (ARG) e Red Lake (E.U.A.).

Esta forma de violência é de difícil identificação por parte dos familiares e da escola, uma vez que a “vítima” teme denunciar os seus agressores, por medo de sofrer represálias e por vergonha de admitir que está apanhando ou passando por situações humilhantes na escola ou, ainda, por acreditar que não lhe darão o devido crédito. Sua denúncia ecoaria como uma confissão de fraqueza ou impotência de defesa. Os “agressores” se valem da “lei do silêncio” e do terror que impõem às suas “vítimas”, bem como do receio dos “espectadores”, que temem se transformarem na “próxima vítima”.

Algumas iniciativas bem sucedidas vem sendo implantadas em escolas dos mais diversos países, na tentativa de reduzir esse tipo de comportamento. De forma pioneira no país, implantamos um programa antibullying, denominado de “Programa Educar para a Paz”, por nós elaborado e desenvolvido, em uma escola de São José do Rio Preto. Como resultado, obtivemos índices significativos de redução do comportamento agressivo e expressiva melhora nas relações entre alunos e professores, além de melhorias no desempenho escolar. O resultado das pesquisas iniciais, que detectava em torno de 26% de vitimização, já no segundo semestre de implantação do programa caiu para 10%; e após dois anos, o resultado mostrava que havíamos chegado a patamares toleráveis, com índices de apenas 4% de vitimização.

O “Programa Educar par a Paz”, pode ser definido como um conjunto de estratégias psicopedagógicas que se fundamenta sobre princípios de solidariedade, tolerância e respeito às diferenças. Recebeu esse nome por acreditarmos que a paz é o maior anseio das crianças envolvidas no fenômeno, bem como de toda a sociedade. Envolve toda a comunidade escolar, inclusive os pais e a comunidade onde a escola está inserida. As estratégias do programa incluem o trabalho individualizado com o envolvidos em bullying – visando à inclusão e o fortalecimento da auto-estima das “vítimas” e a canalização da agressividade do “agressor” em ações pro-ativas – bem como o envolvimento de toda escola, pais e a comunidade em geral.

Grupos de “alunos solidários” atuam como “anjos da guarda” daqueles que apresentam dificuldades de relacionamento, dentro e fora da escola. Grupos de “pais solidários” auxiliam nas brincadeiras do recreio dirigido, junto aos “alunos solidários”. A interiorização de valores humanistas, bem como a discussão de “situações-problema” de cada grupo-classe, são estratégias que visam a educação das emoções, sendo desenvolvidas semanalmente, durante o encontro entre os tutores e suas turmas. Ações solidárias em prol de instituições filantrópicas são objetivos comuns a serem alcançados pela escola e comunidade.

Acreditamos que se existe uma cultura de violência, que se dissemina entre as pessoas, podemos disseminar uma contracultura de paz. Se conseguirmos plantar nos corações das crianças as sementes da paz – solidariedade, tolerância, respeito ao outro e o amor -, poderemos vislumbrar uma sociedade mais equilibrada, justa e pacífica. Construir um mundo de paz é possível, para isso, deve-se primeiramente construí-lo dentro de cada um de nós.

O Programa Educar para a Paz, vem sendo implantado em inúmeras escolas de todo o país, por ser de fácil adaptação à realidade escolar e por apresentar resultados, num curto espaço de tempo da sua implantação. Atualmente, promovemos cursos de formação de multiplicadores do Programa, atendendo tanto à rede particular de ensino como a pública, além de cursos de pós-graduação, com fundamentação em Psicanálise e Inteligência Multifocal. Em decorrência do contato direto com profissionais de educação, detectamos um dado surpreendente: é expressivo o número de profissionais que foram envolvidos pelo fenômeno quando estudantes e que trazem consigo suas conseqüências.

Por constatarmos altos índices de sintomas de stress entre eles, incluímos no Programa, o cuidado com a saúde emocional e o controle do stress. Acreditamos que pessoas saudáveis educam, crianças saudáveis. Nossa equipe atua sob supervisão psicológica e é composta por pedagogos e psicólogos.”

(*) Cleodelice Aparecida Zonato Fante - Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidade de Ilhas Baleares, Espanha. Pesquisadora do Bullying Escolar. Autora do Programa Educar para a Paz. Conferencista. (cleofante@hotmail.com)*

Bullying no trabalho é mais traumático que o divórcio

Notícias | 10/06/2010

“O bullying no trabalho causa dores de cabeça, taquicardia e outros males. Mas por que seu chefe não faz nada? Na verdade, vários chefes são os responsáveis diretos por isso e, agindo de maneira equivocada, acabam mudando projetos da noite para o dia, pressionando pelo sacrifício da vida social de seus subordinados, passando informações erradas, cobrando metas absurdas e aproveitando do trabalho dos outros para se autopromover, sem reconhecer aqueles que o apoiaram nas tarefas.

O pior é que muitas vezes os subordinados não sabem a quem recorrer. O gerente acima do seu chefe pode achar que é um assunto isolado ou que você é quem tem algum problema pessoal com ele. O RH também não vai passar por cima de ninguém, e as psicólogas da empresa – se é que há alguma – muitas vezes estão mais preocupadas com a seleção da próxima leva de funcionários do que em sanar os problemas de funcionários que não estão em cargos decisivos (uma postura algumas vezes comum).

Ao ser vítima de bullying – e não ser amparado – você pode se sentir isolado e com sentimentos de medo (afinal, você depende do seu salário). O padrão de sono pode se alterar, o despertar torna-se mais difícil e muitas vezes vem acompanhado de dores de cabeça. Você pode não saber, mas sua pressão sanguínea também vai estar nas alturas.

Uma violência sutil

As formas de agressão podem, muitas vezes, ser sutis o suficiente para que os termos “atacado” ou “violência” sejam vistos como exagero ou ainda como descaso, mas os efeitos duram muito tempo e incluem sintomas físicos, emocionais, comportamentais e mentais, afetando a vida pessoal, social e, claro, a produtividade no trabalho.

De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Columbia, EUA, aproximadamente 33% dos trabalhadores já foram ofendidos verbalmente no ambiente de trabalho. Além disso, outros tipos de atitudes, como não passar informações completas sobre os trabalhos a serem desenvolvidos, isolar colaboradores, adotar condutas que incluem xingamentos e espalhar rumores ou fofocas também são considerados comportamentos de bullying (veja mais sobre o assunto aqui).

Casos extremos podem ser comparados a traumas intensos, como o divórcio

Um estudo de Ståle Einarsen, da Universidade de Bergen, na Noruega, mostrou que esses trabalhadores abusados verbal ou psicologicamente também se tornam mais desconfiados nas suas relações sociais e afetivas, dormem pior e rendem muito menos, devido a uma baixa na atenção. Em casos extremos, esses indivíduos mostram sintomas de estresse pós-traumático.

Outro estudo de Einarsen, desenvolvido com Stig Matthiensen e publicado no British Journal of Guidance & Counselling, demonstrou ainda que o bullying no trabalho é mais traumático do que eventos como o divórcio.

Kevin Kelloway, do Centro Nacional de Saúde Laboral do Canadá, aponta que esses trabalhadores têm níveis de ansiedade constantemente altíssimos. Além disso, um estudo da Organização Mundial da Saúde relatou que o bullying no ambiente de trabalho pode levar à depressão, ansiedade e ataques de pânico, além de irritabilidade constante, apatia, hipersensibilidade do humor, insegurança e sensação de perseguição.

Problema é persistente

Kathleen Rospenda, da Universidade de Illinois, EUA, aponta ainda que esses indivíduos, muitas vezes, acabam utilizando estratégias para lidar com a situação que agrava sua saúde física. Não é incomum encontrar trabalhadores que sofrem com o bullying se envolvendo com o abuso de álcool ou se tornando tabagistas. A pesquisadora aponta ainda que os efeitos do bullying no trabalho podem durar até mais de um ano após a mudança para um ambiente mais saudável.

E apesar da sociedade, no geral, achar que o bullying no trabalho é uma situação incômoda, mas inerente ao ambiente de trabalho, uma mudança nessa atitude é inevitável, dizem os pesquisadores. Eles apontam os problemas de saúde entre empregados – fato cada vez mais presente nas empresas – são sentidos nos números: baixa produtividade, alta rotatividade de empregados, processos sofridos na Justiça do Trabalho, tudo isso indica os custos do bullying.

As empresas começam a sentir como a boa saúde dos trabalhadores é necessária para a boa saúde nos negócios e isso, ao se intensificar, vai gerar uma mudança nos ambientes de trabalho, um processo “civilizatório”, necessário para um novo estilo de trabalhar, ou seja, a criação inevitável de um estilo mais saudável de relacionamentos.”

(*) com informações da American Psychology Association (APA)

(Fonte: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/06/10/bullying-no-trabalho-e-mais-traumatico-que-o-divorcio/)

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência - Decreto Lei 6949/2009

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm

“Realização de Consulta Pública para comentários ao primeiro relatório do Brasil sobre a implementação da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas.

A partir do dia 8 de abril, a Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência submete a consulta pública o 1° Relatório Nacional da República Federativa do Brasil sobre o cumprimento das suas obrigações com a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. A consulta terá duração de 60 dias e se concluirá em 7 de junho de 2011.

2. Nesse período, as contribuições e sugestões, fundamentadas e devidamente identificadas, deverão ser encaminhadas, preferencialmente, por meio de formulário eletrônico disponível no endereço https://http://www.consultas.governoeletronico.gov.br onde também se encontra para leitura o informe que o Estado brasileiro deve apresentar após completados dois anos da ratificação da Convenção pelo Brasil.

Também consideradas as manifestações encaminhadas por carta, fax ou correio eletrônico para: Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência

Edifício Parque Cidade Corporate, Torre A, 8° andar

Setor Comercial Sul B, Quadra 09, Lote C

CEP: 70308-200 - Brasília - DF

Fax: (0xx61) 2025-9747

Correio eletrônico: corde@sdh.gov.br

3. É de grande importância a participação da sociedade civil, em particular das pessoas com deficiência e das organizações representativas de seus interesses, no processo de construção do relatório. A consulta pública que se inicia tem por finalidade garantir que esse processo seja totalmente acessível, atendendo aos requisitos estabelecidos ONU.”

Mensagem do CONADE - Consulta Pública

http://portal.mj.gov.br/sedh/corde/carta_consulta_publica.pdf

Relatório geral da República Federativa do Brasil sobre o cumprimento das disposições da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência 2008-2010

http://portal.mj.gov.br/sedh/corde/relatorio.pdf

Sugestão do DEFNET - que o CONADE apresente versões destes textos em Formato acessível para pessoas cegas.

jorgemarcio.defnet@gmail.com

sigam-me no Twitter: http://twitter.com/JORGEDEFNET

(Fonte: INFOATIVO.DEFNET Nº 4510 - ano 15 - 09/04/2011 - Edição Extra - http://www.defnet.org.br)