Jornal da Mulher Brasileira


Edição nº 195 - de 15 de Abril de 2018 a 14 de Maio de 2018

Olá Leitoras! Olá Leitores!

Mulheres que cometem crimes: não sabem que é crime? Ou estão a fim de fazer isto mesmo?

Aprecio ler jornais on line de várias cidades de municípios de norte a sul e de leste a oeste, do país e se possível de países vizinhos... As notícias são fontes de hábitos sociais e políticos, são ricas em orientar sobre a cultura diante de eventos e festas destas regiões.

Observam-se os comentários de jornalistas, colunistas, e blogueiros/as sobre os fatos que sucedem com autoridades e lideranças dessas regiões (munícipios, bairros, Estados).

 Mas é importante saber o que está ocorrendo no mundo das mulheres, e às vezes, é uma triste surpresa. Não apenas a violência doméstica que maioria vem sofrendo, constante sem as respectivas políticas de proteção e, as de punição para não só prender, mas educar os agressores, a fim de não se repetirem mais...

Mas, há algumas surpresas nada agradáveis... onde se impõe a realidade das mulheres violentas...

Impressionante que há notícias sobre mães, algumas jovens, que sozinhas ou com seus parceiros, que juntos praticam violências graves contra suas filhas e seus filhos (de origem sexual, de deixar com fome e ficam abandonados, doentes, com provas de agressões físicas, onde alguns até encontraram a morte).

Algumas são usuárias de drogas... Outras nem se sabe os motivos. Chocante! Triste mesmo!

É preciso rever tais condições e causas, e, o como partir para impedir, e orientar, e como solucionar!

Vamos refletir, encontrar soluções sócio-políticas e legais conjuntas. Prevenir e não remediar!

Esta edição pesquisamos assuntos com carinho, esperamos que possa agradar-lhe. Nossa gratidão eterna as pessoas grande amigas e parceiras nesta continuidade fraternal, abraço de Elisabeth Mariano e equipe Jornal da Mulher Brasileira.

Para informações, críticas, sugestões, envio de notícias, para anunciar, contate-nos.

No Piauí, mulheres libertam-se da violência de gênero e recuperam a autoestima

Em 1770, a escrava Esperança Garcia fez história ao redigir uma petição ao presidente da Província de São José do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro. Em uma carta, denunciou os maus-tratos físicos dos quais ela e seu filho eram vítimas na Fazenda de Algodões.

Em homenagem à sua coragem, a Secretaria da Mulher da Prefeitura de Piauí deu seu nome ao primeiro Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência. Com o apoio do projeto “Lagoas do Norte: Melhorando a Governança Municipal e a Qualidade de Vida em Teresina”, realizado em parceria com o Banco Mundial, o centro tornou-se referência ao oferecer em um mesmo local atendimento multidisciplinar para vítimas de violência doméstica.

(Fonte: https://nacoesunidas.org/boletim253/, data de acesso 10/04/2018)

Campeã olímpica Rafaela Silva apoia campanha da ONU contra discriminação racial

Hoje, 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, a campeã olímpica Rafaela Silva e a ONU Brasil querem falar com você!

É sobre filtragem racial. Acontece quando as pessoas são escolhidas para serem abordadas pela polícia por causa da cor.

A juventude negra tem que ter o direito de ir ou estar em qualquer lugar sem ser vista como suspeita! É por isso que a Rafaela está com a gente na campanha #VidasNegras: pelo fim da filtragem racial e por igualdade.

(Fonte: https://nacoesunidas.org/boletim253/, data de acesso 10/04/2018)

7 perguntas e respostas sobre a pílula do dia seguinte

Há muitas dúvidas sobre os riscos e benefícios do comprimido. Veja o que especialistas dizem

Por Karolina Bergamo

access_time27 mar 2018, 16h14 - Publicado em 16 ago 2016, 09h58

Ainda que todas as mulheres do planeta usassem corretamente qualquer um dos métodos anticoncepcionais existentes, cerca de 6 milhões de gestações inesperadas ocorreriam. Essa estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) dá uma dimensão da possibilidade de falha nas estratégias disponíveis para evitar uma gravidez. Sem falar na quantidade de gente que não pensa em ter filhos e, mesmo assim, não se protege direito contra uma gravidez indesejada. Cenários como esses ajudam a explicar por que a chamada pílula do dia seguinte (também conhecida pela sigla PDS) passou a ser tão procurada nas farmácias - sua venda é feita sem prescrição.

Acontece que, recentemente, uma usuária da PDS escreveu um relato (que foi reproduzido em diversos meios de comunicação) no qual conta que teve uma gravidez fora do útero — chamada de gravidez ectópica — após tomar o comprimido. E é claro que muitas dúvidas surgiram sobre o método e sua segurança. Por isso, perguntamos a nossos leitores o que eles gostariam de saber a respeito do assunto e conversamos com especialistas para esclarecer as questões - até para entender quais são, de fato, os riscos da pílula do dia seguinte.

1- Muita gente se refere à pílula do dia seguinte como uma “bomba de hormônios”. Isso é verdade? Ela pode trazer efeitos colaterais?

“Uma dose da PDS contém o equivalente à metade de uma cartela de pílulas anticoncepcionais tradicionais, dessas que a mulher usa todos os dias”, esclarece a ginecologista Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. E, segundo a ginecologista Luciana Potiguara, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, essa enxurrada hormonal pode trazer efeitos colaterais, sim. “Além de desregular o ciclo menstrual, é possível que provoque vômitos. Aliás, se isso acontecer nas primeiras duas horas após a ingestão, a dose deve ser repetida. Outros sintomas como vertigem, cefaleia e dor nas mamas também podem aparecer”, alerta a médica.

2- Mas, afinal, é válido usar esse método de contracepção? Se sim, em quais circunstâncias?

“A pílula do dia seguinte é, na verdade, uma conquista das mulheres”, afirma Albertina. “Você ter acesso a um método de emergência é bacana. O perigo está em fazer dessa emergência um ritual cotidiano”, arremata. A expert ainda faz questão de lembrar que, mesmo tomando a pílula direitinho (no máximo 72 horas após a relação), ela ainda falha em 15% dos casos. “A cada 20 mulheres que tomam, três engravidam”, calcula. “A PDS deve ser usada somente em situações de relação sexual desprotegida próxima do período fértil, de ruptura do preservativo, de estupro ou de relação sexual sem uso de nenhum método contraceptivo”, completa Luciana.

3- De quanto em quanto tempo é possível tomá-la?

A pílula é lembrada como aquela “do dia seguinte”, mas, entre os especialistas, ela é mais conhecida como “pílula de emergência” ou “contracepção de emergência”. Isso quer dizer que ela realmente só deve entrar em cena em um caso de extrema necessidade. “O ideal é utilizá-la uma vez por ano. Ela é menos segura que a pílula normal e ingeri-la direto aumenta o risco de gravidez e de confusão no ciclo menstrual. A mulher passa a não reconhecer o funcionamento do próprio corpo”, esclarece Albertina.

De acordo com uma pesquisa conduzida pela especialista, apesar desses poréns, tem muita gente abusando do método. “Algumas adolescentes chegam a tomar a PDS até três vezes no mesmo mês”, conta a médica. Essa prática traz diversas repercussões para a saúde. “Tem os efeitos psicológicos, como irritação, medo de engravidar, culpa etc. Além disso, pode bagunçar o ciclo, causar alterações de pele (espinhas), deixar o cabelo oleoso e contribuir para o acúmulo desnecessário de gordura. A mulher não precisa passar por isso”, conclui.

“A pílula do dia seguinte é uma medicação de emergência e não foi testada para uso frequente”, reforça Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

4- É possível que a pílula do dia seguinte cause (ou contribua para) a ocorrência da gravidez ectópica, ou seja, fora do útero?

Ao que tudo indica, sim. A explicação para isso é que a pílula do dia seguinte diminui o movimento natural das trompas. Só que é a atividade dessa estrutura que faz com que o óvulo fecundado seja enviado ao útero para se desenvolver. Então, se as trompas não se movimentam, o óvulo pode ficar parado ali. E é aí que está o perigo. Com o desenvolvimento do feto no lugar errado, as trompas podem se romper, causando uma hemorragia.

Note que estamos falando em óvulo fecundado. Ou seja, é crucial ter em mente que a pílula do dia seguinte pode falhar - e que isso não é tão incomum assim. “Depois de usá-la, é importante esperar pela menstruação, e também vale fazer o teste de gravidez. Todo cuidado é pouco”, diz Albertina. Se o teste de gravidez der positivo, só é possível detectar que o óvulo está fora do lugar por ultrassom.

Vale lembrar, no entanto, que a causa mais comum de gravidez ectópica é alteração da trompa por infecções e inflamações pélvicas.

5- Se a mulher engravidar mesmo depois de ter tomado a pílula o bebê pode nascer com alguma sequela?

Se o óvulo conseguir se deslocar para o útero e lá se desenvolver, a princípio não existe nenhum tipo de prejuízo para a criança. A ginecologista Luciana reforça: “Não há qualquer evidência científica de que a contracepção de emergência exerça efeito após a fecundação, resultando em aborto ou anomalias fetais”.

6- Tomar a pílula do dia seguinte enquanto está usando anticoncepcional comum (supondo que a mulher tome de maneira bem irregular) pode trazer problemas?

Bom, já sabemos que a pílula do dia seguinte equivale à meia cartela daquela que se toma todo dia. Então, imagina só o caos que se instala no organismo de quem toma o anticoncepcional desregradamente e ainda, vez ou outra, utiliza uma “bomba de hormônios” junto. “Isso é uma confusão que precisa ser evitada. É uma questão de cautela com seu próprio corpo. A mulher não precisa dessa bagunça hormonal”, aponta Albertina. O ideal mesmo é encontrar estratégias para não precisar da pílula do dia seguinte.

7- Há contraindicações em relação ao uso desse contraceptivo de emergência?

Sim. “Em paciente com histórico ou risco conhecido de trombose”, responde Zlotnik, do Einstein. “Na verdade, todas as contraindicações para a pílula anticoncepcional servem também para a do dia seguinte”, afirma Albertina. E lembre-se: caso passe mal com o uso do comprimido, é necessário buscar ajuda médica. “Não se trata de terrorismo. Mas é fundamental ser cuidadosa quando se recorre a esse o método”, conclui a especialista.

(Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/7-perguntas-e-respostas-sobre-a-pilula-do-dia-seguinte/, data de acesso 10/04/2018)

Casal decide adotar os seis filhos da amiga que morreu de câncer

Série AMOR Por Redação RPA (redação Razões para Acreditar)

O casal Stephanie e Donnie Culley, do estado da Virgínia, nos Estados Unidos, não podia negar um pedido especial da amiga Beth Laitkep: adotar seus seis filhos depois que ela morresse por causa de um câncer.

Segundo informações da Rede CBS, Beth pediu para a amiga cuidar das crianças quando os médicos disseram que não havia mais opções de tratamento para o seu caso. Os filhos de Beth têm entre 2 anos e 15 anos, e adoção adoção aconteceu em maio deste ano.

“Eu disse a ela que eu os amava, e que eu nunca seria capaz de amá-los como ela, mas eu faria o melhor que pudesse”, disse Stephanie. Ela então conversou com o marido e decidiu adotar Will, de 15 anos, Selena, de 14 anos, Jaxon, de 11 anos, Dallas, de 10 anos, e Lily, de 5 anos, e Ace, de 2 anos.

Selena disse que se sente em casa com a nova família. “Tem sido realmente mais fácil do que alguém esperaria porque temos um ao outro e isso só se sente em casa. Ela era uma mãe realmente boa e sei que éramos tudo para ela”.

Por enquanto, o casal está apenas com a custódia temporária, aguardando audiência para oficializar a guarda permanente. Foi criada uma página de financiamento coletivo no GoFundMe para ajudar a pagar as despesas das crianças. Até agora, já foram arrecadados mais de US$ 56 mil.

“Eu disse a ela que eu os amava, e que eu nunca seria capaz de amá-los como ela, mas eu faria o melhor que pudesse”, disse Stephanie. Ela então conversou com o marido e decidiu adotar Will, de 15 anos, Selena, de 14 anos, Jaxon, de 11 anos, Dallas, de 10 anos, e Lily, de 5 anos, e Ace, de 2 anos.

Selena disse que se sente em casa com a nova família. “Tem sido realmente mais fácil do que alguém esperaria porque temos um ao outro e isso só se sente em casa. Ela era uma mãe realmente boa e sei que éramos tudo para ela”.

Por enquanto, o casal está apenas com a custódia temporária, aguardando audiência para oficializar a guarda permanente. Foi criada uma página de financiamento coletivo no GoFundMe para ajudar a pagar as despesas das crianças. Até agora, já foram arrecadados mais de US$ 56 mil.

“Eu disse a ela que eu os amava, e que eu nunca seria capaz de amá-los como ela, mas eu faria o melhor que pudesse”, disse Stephanie. Ela então conversou com o marido e decidiu adotar Will, de 15 anos, Selena, de 14 anos, Jaxon, de 11 anos, Dallas, de 10 anos, e Lily, de 5 anos, e Ace, de 2 anos.

Selena disse que se sente em casa com a nova família. “Tem sido realmente mais fácil do que alguém esperaria porque temos um ao outro e isso só se sente em casa. Ela era uma mãe realmente boa e sei que éramos tudo para ela”.

Por enquanto, o casal está apenas com a custódia temporária, aguardando audiência para oficializar a guarda permanente. Foi criada uma página de financiamento coletivo no GoFundMe para ajudar a pagar as despesas das crianças. Até agora, já foram arrecadados mais de US$ 56 mil.

Postado porRedação RPA

(Fonte: http://razoesparaacreditar.com/amor/casal-decide-adotar-os-seis-filhos-da-amiga-que-morreu-de-cancer/, data de acesso 10/04/2018)

Mulher diz que ter 3 irmãos autistas a deu certa vantagem de vida

"Quando criança, eu já entendia compaixão e podia dizer instantaneamente se outro garoto ao meu redor era deficiente ou autista, e eu os trataria com gentileza"

Por Redação RPA

Talvez uma das coisas mais lindas da vida é quando a gente consegue se colocar no lugar do outro, sem julgamentos ou qualquer tipo de preconceito e se permite, nem que seja apenas por um instante, visualizar como é estar vivendo naquela pele. A verdade é que não sabemos o que as pessoas passam, por isso temos de ser gentis e amorosos sempre e é exatamente disso que fala essa história, enviada pela norte-americana

Ali Carbone para o site Love What Matters sobre seus irmãos autistas.

Ali tem 26 anos e vive em Long Island, Nova Iorque. Ela tem 3 irmãos mais novos e todos são autistas. Seu objetivo ao enviar sua história é mostrar que para ela, isso nunca foi um problema. Muito pelo contrário, a jovem acredita que ter 3 irmãos com autismo deu a ela certa vantagem em relação à vida, pois se considera uma empata por natureza. Saber que eles possuem uma vida muito mais difícil que a dela, de certa maneira faz com que ela seja grata pelo que tem e é esta a mensagem que ela quer passar para as pessoas. Leia aqui embaixo seu relato na íntegra:

“Em 3 de abril de 1994, o autismo nasceu na vida de meus pais. Isso aconteceria novamente em 27 de julho de 1999 e novamente em 2 de agosto de 2001. Dez anos atrás, eu teria que explicar às pessoas o que era o autismo quando encontravam Michael, Anthony e Luke. Hoje, é provável que você tenha conhecido, amado ou tenha vivido com uma criança ou adulto com autismo.

O espectro é amplo e é representado perfeitamente sob o mesmo teto em minha casa. Não há duas pessoas autistas iguais e, para muitos, o autismo é apenas o começo dos distúrbios cognitivos com os quais terão que lidar ao longo de suas vidas.

Meu irmão mais velho é não-verbal, cego e epiléptico. Meu irmão do meio é verbal, social e sofre de transtorno obsessivo-compulsivo grave. Meu irmão mais novo é levemente verbal e hiperativo. Esses traços, no entanto, não os definem. Michael vive assistindo filmes da Disney e ficaria contente em dar abraços e beijos o dia todo, todos os dias. Anthony literalmente pensa que é Michael Jackson e irá arrasar em qualquer competição relacionada ao desempenho. Luke gosta de correr e ficar do lado de fora, e aproveita todas as oportunidades para mexer com seu irmão mais velho. Isso é quem eles são.

Esta é uma foto rara de todos vestidos e sorrindo. Algo tão simples para você e sua família e que é praticamente impossível para mim. Este mês e todos os dias daqui para frente, faça o melhor para ser gentil. Se você vê uma criança batendo os braços, não ria. Se você vir um adulto com um colapso, não olhe. Se eles forem para um abraço ou high five, não fujam. Um sorriso de um estranho pode literalmente mudar nosso dia.

Quando crescemos, as coisas sempre foram mais difíceis para nós, mas quando todos ainda são bebês, os ‘sintomas’ ou tendências de uma criança autista são apenas ‘mau comportamento’ ou apenas um bebê. Desde que eu estava no ensino fundamental e ciente do meu entorno, quando ia em jogos e observava como meus amigos e seus irmãos interagiram e como sua dinâmicas familiares eram tão diferentes do que eu experimentava todos os dias, que comecei a perceber. Por alguma razão eu sempre senti que ter os meninos e essa dinâmica em nossa casa me dava algum tipo de vantagem na vida.

Quando criança, eu já entendia compaixão e podia dizer instantaneamente se outro garoto ao meu redor era deficiente ou autista, e eu os trataria com gentileza. Mesmo naquela época, lembro de sentir que havia um significado ou propósito maior para minha vida.

Meus irmãos e o autismo me ensinaram tudo o que sei de verdade sobre a vida. Vida real. Como viver, como tratar as pessoas, como pensar e como se sentir. Alguém sempre está pior do que você. Seja sempre gentil porque você nunca sabe o que alguém está passando em casa. É realmente tão difícil sorrir e não ser uma pessoa preconceituosa e infeliz, quando você tem seus 5 sentidos, a capacidade de amar e viver uma vida plena? Se as pessoas levassem mais tempo para se colocar no lugar de outra pessoa, eu acho que a percepção delas sobre sua própria vida e problemas mudaria. Isso é algo que tento fazer todos os dias.

Mesmo que eu tenha tudo isso acontecendo na minha vida diária, se um amigo está triste ou tendo um problema, eu nunca o descarto, e sempre tento me colocar no lugar deles e oferecer apoio.”

Com informações de Love What Matters

(Fonte: http://razoesparaacreditar.com/amor/irmaos-autistas-vantagem-vida/, data de acesso 10/04/2018)

Brasil tem 904 mil à espera de cirurgia eletiva no SUS; espera chega a 12 anos

Fabiana Cambricoli

Em São Paulo

04/12/2017 - 07h31

Pelo menos 904 mil pessoas esperam por uma cirurgia eletiva - não urgente - no Sistema Único de Saúde (SUS). Parte desses pacientes aguarda o procedimento há mais de 10 anos. Isso é o que mostra levantamento inédito feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com dados das secretarias da Saúde dos Estados e das capitais brasileiras obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. A demora para realizar procedimentos, afirmam especialistas, pode agravar o quadro dos pacientes.

Segundo a entidade, o número de demandas represadas é provavelmente mais alto, já que somente 16 Estados e 10 capitais responderam. Há ainda a fila por procedimentos nos serviços de saúde federais.

O levantamento revela também que a quantidade de pessoas que aguardam cirurgia no sistema público é maior do que o medido pelo Ministério da Saúde. Em julho deste ano, a pasta divulgou a primeira lista única desse tipo de procedimento - antes disso, os números eram registrados só pelos Estados e municípios e nunca haviam sido centralizados.

Na ocasião, a pasta informou que a fila era de 804 mil solicitações no País. Na última semana, novo balanço apresentado pelo ministério apontou que, após avaliação feita pela ouvidoria, o número caiu para 667 mil pedidos porque havia duplicidade de cadastros na primeira lista.

"Tanto o número do ministério quanto o levantado pelo CFM são subestimados porque parte dos Estados não respondeu ou não tem os dados organizados. Há ainda aquelas pessoas que precisam da cirurgia, mas nem sequer têm acesso ao especialista que dá o encaminhamento", destaca o presidente em exercício do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro.

O próprio ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu ao jornal O Estado de S. Paulo haver falhas de informação nas listas passadas pelos governos locais à pasta. "Quando os Estados começaram a fazer mutirões, constatamos que a maioria das pessoas que passaram pelas cirurgias não constavam da lista inicial passada pelo Estado. Isso demonstra que nossa fila não era exata", diz ele, referindo-se aos mutirões realizados pelos Estados com verba extra federal repassada após a criação da fila única, em julho.

Complicações

A demora na realização de cirurgias pode levar ao agravamento do quadro de saúde do paciente, piorando o prognóstico e aumentando os custos para o próprio sistema. Quem não faz a cirurgia eletiva, diz Britto Ribeiro, "vai acabar caindo um dia no sistema de urgência e emergência ou operado num quadro muito pior do que no início da doença."

É o caso da comerciária Ana Célia Gonçalves, de 52 anos, que aguarda cirurgia renal desde 2012. Quando seu nome foi incluído na lista, ela tinha quadro leve de cálculo renal. Neste ano, descobriu que o rim direito perdeu totalmente a funcionalidade com o agravamento da doença. Agora, a cirurgia será de retirada completa do rim.

"O exame deste ano mostrou que o órgão está com 13% da capacidade, o que, para os médicos, já é considerado perdido. O rim esquerdo também está em risco, tenho medo de perdê-lo também", afirma. "Mas, quando reclamo, só ouço que tenho de ter paciência e aguardar na fila", conta Ana Célia, que se trata no Hospital Universitário Walter Cantídio, em Fortaleza.

Ela diz sofrer de dores agudas e segue dieta restrita para o problema não piorar ainda mais. "Tenho medo de perder o outro rim e precisar, então, de diálise e entrar na fila de transplante." Procurado pela reportagem, o hospital não se manifestou.

Longa espera

Ao menos 750 pedidos de cirurgias no País estão na fila há mais de 10 anos. No Estado de São Paulo, há casos em que o paciente aguarda desde 2005, recorde entre os Estados que responderam ao CFM. Na rede paulista, 143 mil esperam por cirurgia eletiva.

À reportagem, a secretaria paulista disse que a demanda reprimida por cirurgias eletivas é uma realidade nacional, causada sobretudo pela defasagem na tabela de valores de procedimentos hospitalares do ministério, "congelada há anos e que não cobre os reais valores dos atendimentos". Disse também que o número anual de procedimentos feitos sob gestão do Estado subiu 21% nos últimos sete anos, de 179,2 mil para 217,1 mil. Segundo o órgão, também são feitos mutirões de cirurgias.

Entre os procedimentos com o maior número de demandas represadas no Brasil estão as cirurgias de catarata (113.185), correção de hérnia (95.752), retirada da vesícula (90.275), varizes (77.854) e de amídalas ou adenoide (37.776). Só estes cinco tipos concentram quase metade de todos os pedidos na fila.

Verba repassada

O Ministério da Saúde diz investir na informatização das unidades de saúde para ter noção exata da demanda por cirurgias eletivas no Brasil. Além disso, segundo a pasta, recursos têm sido repassados aos Estados para ajudar a resolver o problema.

"O nosso objetivo é estabelecer a fila única e informar no aplicativo e-saude a posição de cada paciente na lista de espera. Esperamos que isso esteja disponível até o fim de 2018, mas reconheço que há uma dificuldade nas informações", declarou o ministro Ricardo Barros.

Após a criação da fila única em julho, segundo Barros, o ministério liberou R$ 250 milhões extras aos Estados para investimento nas cirurgias eletivas. Até agora, R$ 100 milhões já foram faturados. A maior parte do repasse está sendo usada em mutirões de procedimentos.

O total de cirurgias eletivas feitas no País, diz a pasta, cresceu 39% - de 109,7 mil em janeiro para 152,6 mil em setembro.

Desequilíbrios

Os mutirões de cirurgias podem ajudar a aliviar as filas, mas não são a solução definitiva, alertam especialistas. Para Walter Cintra Ferreira, coordenador do Curso de Especialização em Administração Hospitalar e de Sistemas de Saúde da Fundação Getulio Vargas (FGV), os governos federal, estadual e municipal precisam investir na ampliação dos serviços de saúde, na melhor distribuição dos especialistas e na informatização da rede.

"Temos um sistema subdimensionado para a demanda que tem. Para piorar, os profissionais não estão distribuídos de forma equitativa pelo País. Há uma concentração muito grande de especialistas nos grandes centros, principalmente no Sul e no Sudeste", avalia. "Os mutirões são plenamente válidos, mas é uma medida para mitigar uma situação de crise. A solução verdadeira está em investir em maior qualidade dos serviços públicos", acrescenta.

Outro desafio é saber o tamanho real da fila. "Uma das coisas que falta ao SUS é integrar informações. Se tivéssemos todos os sistemas integrados, teríamos ideia melhor da demanda e das prioridades", diz Ferreira.

De acordo com o CFM, uma fila maior na pesquisa não significa, necessariamente, ser pior no atendimento, mas, sim, que a regulação está melhor sistematizada. Alguns Estados que não responderam, por exemplo, justificaram não ter controle da demanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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(Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/estado/2017/12/04/brasil-tem-904-mil-a-espera-de-cirurgia-eletiva-no-sus-espera-chega-a-12-anos.htm, data de acesso 10/04/2018)